domingo, setembro 8, 2024

O papel dos consumidores, das empresas e da tecnologia para um varejo mais sustentável

Compartilhar

Cada vez mais vemos públicos de variados perfis transformando seus hábitos de consumo, dando preferência a empresas e marcas que demonstram compromisso com práticas ambiental e socialmente responsáveis, e o Brasil ocupa uma posição de destaque neste cenário.

Pesquisa da Manhattan Associates mostra que 25% dos consumidores brasileiros afirmam que não comprariam de estabelecimentos que não adotam ações ambientalmente conscientes, ficando atrás apenas do México (33%) e à frente dos Estados Unidos (13%) e da Alemanha (11%).

Mas como essa mudança afeta o varejo? Para responder às novas demandas, grandes empresas do setor vêm implementando mudanças estratégicas em suas cadeias de suprimentos mesmo antes de os produtos chegarem às lojas.

Parte crucial dessa evolução vem da adoção de tecnologias que buscam otimizar as operações, reduzir o desperdício e incorporar a sustentabilidade à própria estrutura do negócio. Isso envolve a seleção cuidadosa de fornecedores, materiais e processos logísticos  capazes de gerar menos impacto ambiental.

De acordo com o Relatório de Sustentabilidade CXO 2023, da Deloitte, que ouviu mais de 2 mil CXOs (Chief Experience Officers) em 24 países, incluindo o Brasil, cerca de 75% das companhias aumentaram seus investimentos em sustentabilidade no último ano.

Com o aumento do interesse dos consumidores por marcas e empresas ecologicamente corretas, os varejistas brasileiros enfrentam o desafio de se adaptar a um novo contexto mercadológico para manter sua relevância. Para isso, é imperativo estabelecer modelos de negócios que envolvam investimento em tecnologias que viabilizem essa transição, bem como mudanças operacionais que promovam a redução de resíduos e emissões. Essas ações podem oferecer uma importante vantagem competitiva.

Dispositivos conectados à Internet das Coisas (IoT) são capazes de monitorar o consumo de energia e de recursos. Sensores de temperatura, por exemplo, garantem que alimentos refrigerados mantenham-se conservados em toda a cadeia de frio, evitando perdas por armazenamento inadequado.

Se considerarmos que quase três quartos do desperdício de alimentos na América Latina ocorre antes de o produto chegar ao consumidor final, e que os prejuízos com produtos não vendidos atingem a casa dos bilhões de dólares todos os anos, pequenas mudanças podem trazer impactos significativos nos esforços para mitigar as perdas na cadeia de produção.

Etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) fornecem dados que ajudam os varejistas a reduzir o desperdício por deterioração e excesso de estoque, disponibilizando informações sobre o que está nas prateleiras, o que está acabando e o que não está sendo vendido tanto quanto o esperado.

O mercado também já conta com etiquetas acústico-magnéticas (AM) que são mais de 90% livres de plástico em sua composição, feitas de materiais renováveis que podem ser aproveitados em programas de reciclagem, além de etiquetas com tecnologia dupla para inteligência de inventário e rastreamento de itens, que podem fazer parte de programas de recirculação que ajudam a reduzir a utilização de plásticos descartáveis.

A implementação de medidas que contribuam para um varejo mais sustentável não apenas reduz o impacto ambiental e melhora a reputação das empresas perante o consumidor, como também leva a uma maior eficiência operacional, o que se traduz em maior economia e lucratividade para o setor.

Carlos Santos, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Sensormatic Solutions no Brasil.

Leia Mais

Outras Notícias