quinta-feira, maio 16, 2024

Pesquisa da UNIFRAN revela nanotecnologia como aliada no desenvolvimento da agricultura sustentável

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À medida que os anos passam e a população mundial aumenta, a preocupação com o meio ambiente e, principalmente, com a produção de alimentos também se torna maior. Esse é um dos fatores que impulsionam o crescimento da agricultura sustentável, classificada como uma “megatendência” pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, uma vertente recém-explorada, mas que tende a ganhar mais força com a ajuda da tecnologia, como aponta estudos recentes. 

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo programa de Pós-graduação em Ciências da Universidade de Franca – UNIFRAN, coordenada pelo professor Eduardo Ferreira Molina, em colaboração com pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP Piracicaba), o uso de nanopartículas poliméricas na agricultura pode estimular consideravelmente a absorção de nutrientes do solo para os alimentos. Na prática, isso significa que a utilização dessas nanopartículas corrobora para um maior crescimento das raízes dos alimentos cultivados, o que gera um melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos pelo solo e, consequentemente, alimentos com valores nutricionais maiores. 

Para o estudo, o grupo de pesquisadores utilizou materiais poliméricos biocompatíveis de morfologia esférica, com o intuito de observar a eficiência do material na germinação de sementes de pepino. Com isso, foi possível notar que as sementes tratadas com nanotecnologia tiveram um maior crescimento da raiz e caule em comparação com os grãos cultivados de maneira tradicional. O que significa que, ao observar mais a fundo, os alimentos tratados com nanopartículas irão possuir um valor nutricional maior que os não tratados. 

“Uma das grandes vantagens das formulações poliméricas é a sua síntese que utiliza água como único solvente, sem necessidade de uso de catalizadores durante o preparo. Além disso, a incorporação de um nutriente à base de ferro (Fe2+) nas formulações poliméricas, levou a uma melhora na distribuição desta espécie ao longo dos compartimentos celulares das sementes (como embrião e cotilédone) promovendo uma maior eficiência no processo de germinação”, afirma Eduardo Ferreira Molina, professor e pesquisador da UNIFRAN. 

O teste indica que ao usar apenas o nutriente da semente em solução, o resultado não é tão eficiente comparado ao uso das nanopartículas, isso porque a nanopartícula entra mais facilmente e é melhor absorvida pela semente nos comportamentos celulares. “Isso dá uma eficiência melhor na hora do crescimento da raiz, do caule, na parte das folhas, na questão nutricional, entre outros, ou seja, a nanopartícula aproveita muito mais o nutriente da raiz”, afirma Molina. 

Além da contribuição para o avanço da agricultura sustentável, os resultados das pesquisas também trazem perspectivas positivas para a saúde do solo, do meio ambiente e do ser humano. Com o crescimento populacional, a alimentação é um dos principais pilares de preocupação de autoridades públicas, seja pelo aumento do consumo de ultraprocessados ou pela insegurança alimentar, que chegou a atingir cerca de 70 milhões de brasileiros entre 2020 e 2022, de acordo com dados do relatório global do Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo. 

A pesquisa conta com a colaboração de: Eduardo Ferreira Molina (coordenador e pesquisador da UNIFRAN n° 2021/06552-1), Heber E. Andrade (pós-doutorando Fapesp n° 2022/06507-9), Bruno A. Fico (doutorando), Felipe B. Alves (doutorando Fapesp n° 2022/13408-7), Julia M. Paulino (mestranda), Raquel A. Dos Santos (docente UNIFRAN), João Vitor J. Damante (iniciação científica FAPESP n° 2024/00908-7), Wudson W. P. de Carvalho (docente CENA/USP, atualmente licenciado trabalhando na UM6P no Marrocos), Gabriel S. Montanha (doutorando CENA/USP) e Laura G. Nuevo (graduada CENA/USP).  

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