A Auren Energia anunciou nesta quarta-feira (15), depois do fechamento do mercado, a combinação de negócios com a AES Brasil. Com a aquisição, a Auren se torna a terceira maior geradora de energia no país, com uma receita combinada de R$ 9,6 bilhões e avaliação (enterprise value) de aproximadamente R$ 30 bilhões.
O novo grupo terá 39 ativos operacionais e em construção e será uma força em particular no segmento crescente de energias renováveis. A receita líquida combinada representará um aumento de 55% sobre o faturamento atual da Auren. Já o Ebitda ajustado passará do valor de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Os cálculos têm como base os números de 2023.
Segundo fato relevante, os acionistas da AES Brasil terão três opções para a conclusão da transação: a conversão quase total de suas ações em papéis da empresa combinada; a conversão de suas ações em caixa; e uma opção intermediária. A relação de troca equivale a 0,762 ação da AES Brasil para cada papel da Auren.
A transação será submetida à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com expectativa de conclusão no segundo semestre de 2024.
Com a transação, a Auren amplia sua posição como geradora no segmento de renováveis e terá capacidade total de 8,8 Gigawatt (GW). Em 2024, projetos em execução devem trazer à companhia combinada uma capacidade adicional de aproximadamente 700 MW.
A Auren também fortalece sua posição no segmento de comercialização de energia. No total, serão 4,1 GW médios de energia comercializados, o equivalente a mais de 5% do consumo total do país.
A companhia combinada terá um parque gerador com combinação de fontes renováveis diversificadas, além de uma distribuição dividida entre geração hidrelétrica (54%), eólica (36%) e solar (10%).
A AES Brasil tem 25 ativos de geração de energia instalados ou em implantação, com uma capacidade total de 5,2 GW. Em 2023, sua receita líquida foi de R$ 3,4 bilhões e seu Ebitda somou R$ 1,7 bilhão.
O valor presente estimado das sinergias gira em torno de R$ 1,2 bilhão, além de ganhos financeiros e operacionais.
Avanço no mercado
A origem da Auren como existe hoje remonta a 2017, quando a Votorantim Energia e o CPP Investments, fundo de pensão canadense, criaram uma joint venture para investir no setor de energia. No ano seguinte, adquiriram o controle da então CESP, ex-estatal de energia do estado de São Paulo.
Em 2022, houve a consolidação dos ativos de energia em uma só empresa, o que resultou na criação da Auren.
“Desde a criação da Auren, analisamos detalhadamente o mercado em busca de oportunidades de crescimento por meio de fusões e aquisições. Das mais de duas dezenas de processos que a companhia avaliou neste período, nenhum apresentou tanta sinergia, alinhamento estratégico e potencial transformacional quanto a AES Brasil”, disse o CEO da Auren, Fabio Zanfelice, em comunicado.