quarta-feira, agosto 20, 2025

Com potencial de alcançar US$ 12 bilhões até 2030, mercado de bioenergia depende da tecnologia para crescer de forma segura

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A bioenergia já representa quase 30% da matriz energética brasileira. Entre suas fontes está a biomassa de cana, por exemplo, — matéria orgânica proveniente da cana-de-açúcar que pode ser usada como fonte de energia —, contribuindo com 16,8% desse total, segundo o Observatório de Bioeconomia da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Esse cenário tende a se expandir ainda mais no país. Dados recentes da Mobility Foresights indicam que o mercado brasileiro de bioenergia deve crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) entre 9% e 13% até 2030, atingindo um valor estimado entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões até o fim da década.

Para o CEO da Trackfy, Túlio Cerviño, “a transição energética é um movimento inevitável e estratégico para o Brasil, representando investimentos em fontes limpas, como a bioenergia, e assegurando a sustentabilidade do país”. O especialista participou da Feira de Bioenergia 2025, em Sertãozinho (SP), evento que também colocou a segurança e a produtividade do setor no centro das discussões./

Segundo ele, para que o setor cresça de forma sólida, é fundamental adotar tecnologias que aumentem a produtividade em campo e aumentem a segurança em ambientes de produção. “Garantir segurança em um ambiente tão complexo e estratégico como esse é de extrema importância. Estamos falando de operações industriais de alto risco; como as que envolvem silos, caldeiras e colheitas mecanizadas; onde qualquer falha pode significar não apenas prejuízos operacionais, mas perigo direto à vida dos trabalhadores”.

A Trackfybtemm seu portfólio tecnologias capazes de monitorar presença de trabalhadores, tempo em zonas de risco, interações com máquinas e sinais de fadiga. A solução utiliza sensores em crachás, capacetes e outros EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), enviando os dados coletados para sistemas que analisam informações em tempo real, aumentando a segurança e tornando os processos mais eficientes.

“Lá mostramos que a aplicação da solução da Trackfy no setor bioenergético permite, principalmente, o monitoramento em tempo real da localização, jornada e exposição dos operadores a riscos. Identificar de forma antecipada essas condições de risco, dá maior visibilidade às operações industriais e protege o trabalhador”.

Embora não existam estatísticas atualizadas específicas de acidentes no setor bioenergético, dados de áreas afins demonstram a importância dessa abordagem preventiva. O último levantamento de acidentes nesses ambientes, como no complexo sucroalcooleiro — que combina áreas agrícolas e industriais — registrou 130 mil acidentes de trabalho entre 2012 e 2020, representando 2,7% do total nacional nesse período. Mesmo com a queda no número de casos, de mais de 25 mil em 2012 para cerca de 7.800 em 2020, a média anual no campo ainda correspondeu a 39% desses incidentes, sinalizando a persistência de riscos operacionais.

Cerviño destaca que os clientes da tecnologia da Trackfy reportaram redução de até 40% nos incidentes de segurança em áreas monitoradas e ganhos de produtividade médios de 20% no dia a dia de manutenção e operação, ao otimizar fluxos e reduzir tempos de parada não programada, por exemplo.

Outros resultados nas operações falam por si. “Já tivemos casos em que as empresas reduziram 1,5% em custos com seguro, enquanto diminuíam em 50% o tempo médio nas evacuações de emergência e encurtavam em 25% os cronogramas de projetos. Com a tecnologia aplicada ao chão de fábrica, a produtividade média cresce 67%, com retorno sobre o investimento até 50 vezes superior ao valor investido, ao mesmo tempo em que as empresas melhoram de forma consistente a experiência e a segurança dos trabalhadores”, afirma o CEO.

Mercado em expansão

Segundo a International Energy Agency (IEA), a bioenergia moderna — que inclui biocombustíveis, biogás e biomassas energéticas avançadas — representa cerca de 6% da oferta total de energia global e corresponde a quase 55% de toda a energia renovável moderna. Essa referência é em relação ao consumo total de energia, não especificamente à parcela de eletricidade. A participação da biomassa na geração de eletricidade global ainda é pequena, estimada em apenas 2% a 5% em média, com alguns países (como Dinamarca, Suécia e Finlândia) ultrapassando 15% graças a instalações eficientes de co-geração (CHP).

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