quinta-feira, agosto 21, 2025

Pesquisa revela que brasileiros estão mais conscientes, mas decisão de compra ainda é preço

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Um levantamento inédito realizado pelo PiniOn, empresa de pesquisa de mercado especializada em dados competitivos e comportamentais, revela que apenas 13,2% dos entrevistados afirmam priorizar marcas sustentáveis na hora de comprar. O dado chama ainda mais atenção quando comparado com os principais critérios de escolha dos consumidores: preço (40,9%) e qualidade (35,9%) continuam no topo da lista, seguidos da indicação de amigos/conhecidos (5,3%) e avaliações do Reclame Aqui (4,6%).

Essas escolhas se refletem diretamente no comportamento de compra. Entre os itens consumidos com mais frequência, como roupas (61,2%), cosméticos (37,4%) e sapatos (25,5%), as marcas sustentáveis foram as menos selecionadas pelos respondentes das pesquisas em todas as categorias avaliadas.

“Os dados reforçam que, embora a sustentabilidade já esteja presente no vocabulário do consumidor, ainda existe um longo caminho até que ela se torne uma ação prática no momento da compra. O brasileiro está mais atento, sim, mas ainda precisa equilibrar isso com o preço e a praticidade do dia a dia”, avalia Talita Castro, CEO do PiniOn.

Também chama a atenção o contraste entre perfis. A classe A, por exemplo, é a que menos prioriza marcas sustentáveis (8%), enquanto as classes B, D e E aparecem como mais engajadas com o tema. Do ponto de vista regional, o Sul lidera em preferência por marcas sustentáveis (19%), e o Norte apresenta o menor índice (9%). Já em termos de faixa etária, o grupo de 18 a 24 anos é o mais preocupado, enquanto a faixa de 35 a 44 anos aparece como a menos preocupada com o tema na hora da compra.

O levantamento foi realizado, no mês de maio de 2025, por meio do aplicativo mobile do PiniOn, com 1241 entrevistados em todas as regiões do Brasil, compondo uma amostra representativa da população brasileira, com todos os recortes de gênero, faixa etária, classe e região.

Quando os critérios de qualidade e preço são os mesmos, sustentabilidade pode ser o diferencial

Apesar da baixa prioridade em decisões reais de compra, a sustentabilidade ganha relevância quando as condições são as mesmas. Quando perguntados sobre qual critério faria a diferença entre dois produtos semelhantes com o mesmo preço e qualidade, a maioria (36,3%), escolheu a sustentabilidade como fator decisivo.

Ou seja, o brasileiro quer consumir de forma mais consciente – mas ainda encontra barreiras. Um exemplo disso é que na hora de pesquisar uma marca, apenas 11,1% dizem buscar por ativismo sustentável, enquanto aspectos como qualidade (69,1%), comentários online (37,1%) e tempo de vida do produto (29,5%) aparecem com mais força.

Ainda que a faixa etária de 35 a 44 anos seja a que menos considera a sustentabilidade no momento da compra, é também a que mais pesquisa sobre o tema ao analisar uma marca (14%).

“Mais do que apontar contradições, a pesquisa propõe uma reflexão sobre como marcas e consumidores podem caminhar juntos na construção de escolhas mais conscientes, sem ignorar as limitações reais que ainda pesam na hora da decisão. O brasileiro está disposto a consumir melhor, mas, na prática, precisa escolher o que cabe no bolso”, completa a CEO.

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