Uma nova formação em tecnologia voltada exclusivamente a mulheres negras e indígenas chega para ampliar a presença desse grupo no mercado de dados e programação, setores historicamente marcados por desigualdades raciais e de gênero. A iniciativa é da PretaLab, projeto do Olabi que atua há mais de uma década promovendo justiça racial e de gênero na tecnologia, em parceria com o Governo Britânico.
Chamada Ciclo Formativo Intermediário, a formação gratuita, remota e ao vivo, é voltada a mulheres negras e indígenas com conhecimentos básicos em programação e interesse em seguir carreira no setor de dados e tecnologia. O ciclo conta com apoio do UK-Brazil Tech Hub, um programa do governo britânico para fomentar ecossistemas digitais sustentáveis.
A formação integra conteúdos técnicos como Git, GitHub, Python, estatística, análise e visualização de dados com projetos práticos, além de módulos dedicados ao autoconhecimento e à autogestão, dois pilares centrais da metodologia PretaLab, que têm como foco desenvolver a autonomia, o senso de pertencimento e o protagonismo das participantes.
“O nosso objetivo é criar uma trilha de formação robusta, acolhedora e conectada com o que o mercado de tecnologia exige, mas sem abrir mão da escuta, da troca e do compromisso com a inclusão. As mulheres negras são potência e devem ocupar o futuro da inovação, com conhecimento, rede de apoio e espaço real para crescer”, afirma Silvana Bahia, codiretora executiva do Olabi.
Aulas e estrutura
As aulas serão ministradas três vezes por semana, às segundas, quartas e quintas-feiras, com conteúdos como controle de versão com Git e GitHub, manipulação de dados com Python, Pandas e Numpy, fundamentos de banco de dados SQL e tratamento estatístico. A última semana será dedicada a um projeto final, com desafios práticos e apresentação em grupo.
A equipe docente é composta exclusivamente por mulheres negras que atuam no setor de tecnologia, trazendo para a sala de aula não apenas domínio técnico, mas experiências de vida e trajetórias que inspiram.
Além das aulas expositivas e sessões de resolução de problemas, o ciclo inclui mentorias, apoio em grupo, materiais de apoio e emissão de certificado para alunas com pelo menos 70% de presença e 75% das entregas realizadas.
Público-alvo e pré-requisitos
Para participar, é necessário ser mulher negra ou indígena (cis ou trans), ter mais de 16 anos, ensino médio completo ou em curso, acesso a um computador com internet e disponibilidade de 8 horas semanais. Durante o processo seletivo, as candidatas precisarão resolver um desafio, dentro do prazo estipulado, e os resultados serão divulgados nos canais da PretaLab.