A Aon plc, empresa líder mundial em serviços profissionais, revela em seu relatório Global Catastrophe Recap: First Half of 2025, perdas econômicas globais de pelo menos US$ 162 bilhões devido a desastres naturais nos seis primeiros meses do ano. O valor supera a média histórica do século XXI para o mesmo período (US$ 141 bilhões) e está em linha com os números de 2024 (US$ 156 bilhões). Somente nos Estados Unidos, os prejuízos somaram US$ 126 bilhões, maior valor já registrado para o primeiro semestre no país.
As perdas seguradas globais também foram significativamente elevadas, totalizando US$ 100 bilhões, o segundo maior valor já registrado para um primeiro semestre (atrás apenas de 2011), e bem acima da média histórica de US$ 41 bilhões para o mesmo período no século XXI. Os incêndios florestais da Califórnia (Palisades e Eaton) lideraram as perdas seguradas, com mais de US$ 40 bilhões, seguidos por múltiplas tempestades convectivas severas (SCS) nos EUA.
A lacuna de proteção de seguros caiu para 38%, o menor índice para o primeiro semestre já registrado, impulsionada pela alta penetração de seguros nos EUA. Em contrapartida, países em desenvolvimento continuam a enfrentar altos níveis de subseguro. No terremoto de Myanmar, por exemplo, dos US$ 12 bilhões em danos econômicos, menos de US$ 100 milhões estavam cobertos por seguros.
Na América do Sul os principais eventos incluíram tempestades severas na Bolívia e no Brasil, além de enchentes no Brasil, Peru, Equador, Bolívia e Argentina. O destaque negativo foi o Brasil, que enfrentou um dos piores períodos de estiagem já registrados no primeiro semestre, com perdas econômicas estimadas em US$ 4,75 bilhões, atribuídas à seca prolongada. Também foram registrados US$ 490 milhões em perdas por tempestades severas e US$ 110 milhões em um único evento entre 13 e 25 de junho. Ao todo, o país acumulou mais de US$ 5,3 bilhões em prejuízos por catástrofes naturais nos seis primeiros meses do ano.
“Os dados do primeiro semestre reforçam a urgência de fortalecer a gestão de riscos climáticos. O uso de ferramentas analíticas e preditivas é, cada vez mais, essencial para apoiar a tomada de decisão e promover a resiliência, especialmente em mercados como o brasileiro, que enfrentam eventos extremos com baixa cobertura de seguros”, aponta Beatriz Protásio, CEO de Resseguros para o Brasil na Aon.
Entre os eventos globais mais impactantes do semestre, destacam-se:
- Incêndio de Palisades, nos Estados Unidos – US$ 32 bilhões em perdas econômicas
- Incêndio de Eaton, nos Estados Unidos – US$ 25 bilhões
- Terremoto em Myanmar – US$ 11,9 bilhões
- Tempestades convectivas severas nos EUA (março e maio) – US$ 11 e US$ 9,5 bilhões, respectivamente
O relatório completo está disponível neste link.