Nesta terça-feira, 22, a sede da ONU acolheu dezenas de membros da comunidade diplomática e de negócios num dos mais de 70 eventos globais de lançamento do relatório “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”.
O Brasil foi citado duas vezes na fala do secretário-geral, António Guterres. Primeiro, ele lembrou que essa mudança ainda não é rápida ou justa o suficiente em meio a uma crise climática arrasando vidas e meios de subsistência.
Brasil e COP30
O líder da ONU disse que os países da OCDE e a China respondem por 80% da capacidade de energia renovável instalada no mundo. Já o Brasil e a Índia representam quase 10%, enquanto a África apenas 1,5%.
António Guterres pediu ainda que os países façam mais pela aplicação do princípio de responsabilidades comuns nos planos climáticos, que são diferenciados. O discurso realça que países do G20 devem liderar por produzirem 80% das emissões globais.
O secretário-geral sublinhou que antes da COP30 no Brasil, em novembro, eles devem apresentar novos planos. Guterres convidou os líderes a apresentarem suas novas contribuições nacionais, NDCs, em um evento em setembro, durante a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral.
A recomendação é que esses planos climáticos cubram todas as emissões, em toda a economia, sejam alinhadas com o limite de 1,5 grau, integrem prioridades de energia, clima e desenvolvimento sustentável em uma visão coerente e cumpram as promessas globais.
Adoção do Acordo de Paris
A análise “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa” ilustra avanços na década desde a adoção do Acordo de Paris, destacando os benefícios e as ações para acelerar uma transição global.
Para que essa passagem seja justa, o secretário-geral das Nações Unidas sugeriu ações seis frentes pedindo primazia ao compromisso total dos governos com o futuro da energia limpa.
Segundo António Guterres defendeu a construção de sistemas energéticos do Século 21. Em terceiro lugar, ele convocou as autoridades a buscar atender à crescente demanda mundial por energia com energias renováveis.
Em quarto, solicitou justiça na transição energética. A seguir indicou que deve se tornar o comércio numa ferramenta para a transformação energética. E por fim, que sejam canalizados fundos para os países em desenvolvimento.
Urgência de reformas
Várias entidades das Nações Unidas participaram na produção da publicação “Um Momento de Oportunidade: Turbinando a Era da Energia Limpa”. Entre eles a Agência Internacional de Energia, o Fundo Monetário Internacional, FMI, a Agência Internacional de Energia renovável, Irena, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Ocde, e o Banco Mundial.
No discurso que realçou a oportunidade econômica da transição energética, Guterres defendeu a urgência de reformas citando “interesses dos combustíveis fósseis que estão usando disposições como arma para atrasar” essa trajetória, especialmente nos países em desenvolvimento.
O secretário-geral frisou que a era dos combustíveis fósseis segue rumo ao fracasso dando lugar ao “alvorecer de uma nova era energética” de energia barata, limpa e abundante que alimenta um mundo desenvolvido em oportunidades econômicas.
Nessa realidade, ele disse que as nações têm a segurança da autonomia energética e que a dádiva do poder é para todos. Para o líder da ONU, as energias renováveis já quase se igualam aos combustíveis fósseis em capacidade instalada global. As informações são da ONU News.