terça-feira, julho 22, 2025

Com menos de 4 meses para a COP30, empresas brasileiras precisam provar que ESG vai além do discurso

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Com a COP30 prestes a acontecer em novembro, pela primeira vez em solo amazônico, o Brasil entra no centro das atenções globais sobre sustentabilidade. Por um lado, o protagonismo traz oportunidades como acesso a fundos internacionais e valorização de ativos verdes. Por outro, empresas brasileiras serão cada vez mais cobradas a demonstrar que suas práticas ESG são reais, rastreáveis e auditáveis.

Segundo a PwC, 98% dos investidores brasileiros acreditam que há greenwashing em relatórios corporativos. Outro estudo, da Market Analysis Brasil com o Instituto Akatu, aponta que 85% das alegações verdes feitas pelas empresas são superficiais, falsas ou enganosas. A falta de governança e compliance estruturado é o elo frágil por trás desses números, e o que transforma promessas ESG em risco reputacional e jurídico.

“O ESG não pode ser apenas um discurso institucional. O mercado, os órgãos reguladores e até os consumidores querem provas, dados e evidências. A era do storytelling acabou, e quem não estiver preparado pode enfrentar consequências sérias”, alerta Gleison Loureiro, CEO do AmbLegis, software especializado em compliance legal.

A rastreabilidade de ações ESG já é exigência em muitos contratos com fornecedores, processos de due diligence e financiamentos internacionais. A legislação brasileira, somada a normas internacionais com efeito extraterritorial, amplia o cerco a quem comunica mais do que cumpre.

“A partir de 2026, os relatórios ESG serão obrigatórios pela CVM. Mas quem esperar até lá pode ser pego de surpresa por investidores, pela imprensa ou até por ações coletivas. As empresas precisam se perguntar: sobreviveríamos a uma auditoria forense hoje?”, provoca Loureiro.

Para sair do discurso e adotar práticas reais, o especialista recomenda uma estrutura mínima de rastreabilidade ESG que toda empresa deveria adotar até o final deste ano:

Documentação auditável: registros de conformidade legal atualizados, históricos de requisitos ambientais e planos de ação com responsáveis definidos.

Sistemas de gestão integrados: dashboards em tempo real, alertas automáticos sobre mudanças legislativas e indicadores relevantes que realmente agregam a gestão.

Comitê ESG e metas com baseline: governança corporativa com metas ESG atreladas à remuneração variável.

Rastreabilidade na cadeia de fornecedores: due diligence com critérios sociais, ambientais e de governança.

Relatórios transparentes: adoção de frameworks como GRI, SASB e TCFD para evitar erros comuns como declarações vagas ou irrelevantes.

Com a tecnologia e as ferramentas certas, é possível centralizar dados ESG, documentar ações, integrar diferentes áreas e garantir evidências para certificações como ISO 14001. “Temos clientes que reduziram em até 80% as não conformidades após automatizar a gestão de requisitos ESG com o AmbLegis”, explica Loureiro.

Com a COP30 no horizonte e a pressão internacional em alta, empresas que desejam continuar competitivas precisam agir rápido. “Sem compliance, ESG vira apenas uma promessa bonita. Com compliance estruturado, é possível demonstrar responsabilidade real, manter a licença social para operar e acessar benefícios como financiamentos verdes e preferência em contratos públicos”, completa o CEO.

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