domingo, julho 13, 2025

Diversidade é estratégia de negócio: o ROI que as lideranças precisam conhecer

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Por muito tempo, a diversidade e a inclusão foram tratados como temas meramente sociais, que geravam mobilizações pontuais, iniciativas isoladas e uma linha no discurso de propósito das empresas. Tudo isso sem promover grandes transformações culturais efetivas nas organizações. Porém, hoje esse tópico não pode, e nem deve, ser mais visto dessa forma. O avanço da pauta de D&I permitiu encarar a inclusão como um ativo econômico e uma alavanca para o desenvolvimento dos negócios.

Por isso, se você ainda encontra desafios para engajar a alta e média liderança para a implementação de uma cultura de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP), talvez seja o momento de apresentar resultados e falar uma linguagem que eles entendam: retorno sobre investimento (ROI).

As práticas de diversidade e inclusão, assim como outras frentes das empresas, também apresentam ROI. Essa métrica mede o quanto uma empresa ganha ou economiza em relação ao que investe em algum projeto. Em outras palavras, é a mensuração que permite entender se vale a pena investir tempo, dinheiro e energia em determinada iniciativa, auxiliando muitos tomadores de decisão a escolher o caminho mais estratégico.

No caso da diversidade e inclusão, o ROI pode aparecer de maneiras concretas no aumento da inovação e faturamento, na redução do turnover e custos em novas contratações, na economia com processos judiciais e, principalmente, na atração de talentos qualificados que agregam valor às equipes. Esse ROI ajuda as empresas a enxergarem a diversidade e a inclusão não mais como um custo, mas sim como um investimento com retorno comprovado. Assim, a pauta ganha força, visibilidade e espaço nas companhias e passa a ser uma estratégia de negócio.

Apesar das vantagens, muitas empresas não fazem o ROI de diversidade. Segundo pesquisa da Deloitte, apenas 23% das organizações medem o progresso de sua agenda de diversidade com base em indicadores vinculados ao ROI e não apenas ao cumprimento de requisitos de conformidade.

Então, é importante trazer o assunto para a pauta e unir bons argumentos para convencer as lideranças do valor estratégico da diversidade e inclusão, aqui vão alguns:

Aumento de inovação: estudos da McKinsey mostram que empresas com maior diversidade étnica e de gênero têm até 35% mais chances de superar concorrentes em inovação. Isso não é apenas uma estatística, aponta para a realidade de que a diversidade implica em diferentes experiências e visões que ampliam a capacidade de criação e resolução de problemas entre as equipes.

Maior retenção e engajamento: a diversidade também impacta diretamente a permanência dos talentos nas empresas, reduzindo o turnover. Segundo estudo da Deloitte, equipes diversas apresentam 25% menos rotatividade e diminuem os custos das organizações com novas contratações.

Economia com riscos trabalhistas: empresas que investem em uma cultura inclusiva também enfrentam menos processos judiciais. Isso porque as práticas de diversidade fomentam um ambiente de segurança psicológica, respeito e amparo, que previne e adverte comportamentos discriminatórios e situações de assédio.

Atração de talentos: hoje, 76% dos profissionais avaliam o compromisso de uma empresa com a pauta de diversidade e inclusão antes de aceitar uma oferta de emprego (Glassdoor). O que isso significa na prática? Que as empresas inclusivas têm boa reputação, além de serem também mais atrativas e disputadas no mercado de trabalho.

A diversidade não é apenas um valor estampado no discurso das empresas, é uma vantagem competitiva. Profissionais de recursos humanos que desejam liderar uma transformação real nas empresas precisam usar os dados a seu favor e apresentar quais são os impactos concretos da inclusão. Por isso, não trate mais a DEIP apenas como um fator social. Em vez disso, traduza-a como um investimento que traz retorno, inovação, crescimento e sustentabilidade para a sua empresa. Afinal, investir em diversidade e inclusão não é apenas o melhor a se fazer, é também o mais inteligente para as lideranças.

Flávia Mentone, CEO e sócio-fundadora da Reponto, empresa especializada em recrutamento e seleção de Pessoas com Deficiência.

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