Vivemos tempos em que não é mais possível dissociar a atividade empresarial da responsabilidade socioambiental. A urgência climática, a pressão por redução de emissões e a necessidade de promover justiça social tornaram a sustentabilidade um imperativo estratégico, e não apenas uma bandeira de boa imagem.
Diversos estudos recentes confirmam essa mudança. De acordo com o relatório “Sustainable Market Share Index”, elaborado pelo NYU Stern Center for Sustainable Business, produtos comercializados como sustentáveis representaram 18,5% do mercado de bens de consumo embalados (CPG) em 2023, um aumento de 4,8 pontos percentuais desde 2015. E projeta-se que esse tipo de indicador cresça a cada ano. Além disso, esses produtos foram responsáveis por 41% do crescimento do setor no mesmo período .
O cenário evidencia que, para além da responsabilidade socioambiental, adotar práticas sustentáveis se tornou uma estratégia essencial de competitividade e perenidade. Empresas que não integram a sustentabilidade em seus processos e produtos correm o risco de serem descartadas pelos consumidores e, cada vez mais, por investidores atentos aos chamados critérios ESG — sigla para Ambiental, Social e Governança.
O movimento em prol da sustentabilidade empresarial não é apenas uma tendência, mas uma transformação estrutural, impulsionada também por marcos regulatórios como a legislação de crédito de carbono, que avança globalmente e impõe novos desafios e oportunidades para as organizações. No Brasil, esse debate ganha ainda mais força em 2025, ano em que o país se prepara para sediar a COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
O compromisso com a sustentabilidade, porém, não deve ser encarado como um custo, mas como um investimento inteligente. Empresas que adotam práticas sustentáveis reduzem riscos, aumentam sua eficiência operacional, abrem novos mercados e atraem consumidores mais conscientes, além de fortalecerem sua reputação e credibilidade.
Como idealizador do Prêmio Consciência Ambiental / Immensità, vejo diariamente exemplos inspiradores de organizações que fizeram dessa agenda uma prioridade estratégica, transformando processos, produtos e culturas internas. É animador perceber que muitas já não tratam a sustentabilidade como uma obrigação, mas como uma oportunidade real de inovação e diferenciação no mercado.
Neste mês, realizamos mais uma edição do prêmio, reunindo empresas de diversos setores que compartilham dessa visão e comprovam que é possível aliar desempenho econômico à responsabilidade socioambiental. A premiação e o seminário que a acompanham foram apenas pequenas amostras do que milhares de empresas vêm construindo em todo o país.
O desafio que deixo, especialmente para quem lidera negócios, é que a sustentabilidade seja incorporada de forma transversal e irreversível à gestão das empresas. Não basta mais um relatório anual ou campanhas pontuais; é preciso transformar mentalidades, processos e estratégias com um olhar genuinamente comprometido com as futuras gerações.
O planeta não pode mais esperar. E o mercado também não.
Claudio Moyses, Engenheiro Civil, pós-graduado em Administração, Jornalista, Escritor, Autor de livros e artigos sobre liderança e relações humanas, com formação no Brasil e no exterior. Empresário responsável pela primeira construção certificada internacionalmente como de alta qualidade ambiental (AQUA n° 001), idealizador e Coordenador do Prêmio Consciência Ambiental, Diretor da MORI Administração e Participação Ltda e CEO do Espaço Immensità de Eventos.
