Os brasileiros têm uma opinião positiva em relação aos empregos na indústria e os recomendariam como carreira, apesar das pequenas preocupações com os salários mais baixos. Esse foi um dos dados apresentados durante o evento “Força do Trabalho do Futuro” e que integra a pesquisa Índice do Estado da Ciência 2025, apresentado pela 3M nesta quarta-feira (25) em seu Centro Técnico para Clientes (CTC), em Sumaré, SP.
Participaram especialistas para discutir caminhos em ciência e inovação no Brasil e no mundo, com a apresentação da pesquisa global Índice do Estado da Ciência 2025 e da Pesquisa de Liderança de Pensamento da 3M, estudos encomendados pela empresa que trazem um panorama completo de carreiras STEM e outros pontos relacionados à indústria e tecnologia.
O painel reuniu nomes de destaque no cenário da educação e inovação no Brasil. Participaram Cláudio Anjos, CEO da Fundação IOCHPE; Roseli Lopes, professora da Escola Politécnica da USP e fundadora da FEBRACE; Luciano Reyes, gerente de Tecnologia de Manufatura da 3M para a América Latina; e Mariana Rodrigues, subsecretária de Inclusão Produtiva e Empregabilidade do Estado de São Paulo. A mediação ficou por conta de Marcia Ferrarezi, líder de P&D da 3M para a América do Sul.
O estudo realizado pela Morning Consult a pedido da 3M em 10 países, incluindo o Brasil, mostra que a ciência e a inovação são vistas como caminhos promissores para enfrentar desafios e criar oportunidades em áreas essenciais do cotidiano.
A pesquisa revela que os empregos na indústria são altamente respeitados entre os adultos brasileiros; muitos dos quais acreditam que essas posições impactam positivamente suas economias locais. Embora haja otimismo em relação às novas tecnologias que criam oportunidades de emprego, também há uma preocupação significativa com a possibilidade da automação substituir empregos. Mostrar como a tecnologia e a automação podem ajudar os trabalhadores em seus empregos, em vez de apenas substituí-los, será crucial para diminuir esses medos.
A maioria dos brasileiros (80%) vê a manufatura como um benefício líquido para sua economia local. Eles também são altamente propensos a recomendar empregos no setor manufatureiro como carreira (81%), com gerações mais velhas como a Geração X (86%) mais propensas a recomendar empregos na manufatura do que os Millennials (79%) e a Geração Z (76%).
Enquanto três quartos dos adultos brasileiros (76%) acreditam que as novas tecnologias levarão a novas oportunidades de emprego, uma proporção semelhante (78%) se preocupa com as novas tecnologias e a automação substituindo os empregos das pessoas reais. Esses sentimentos contraditórios indicam que demonstrar como a automação/tecnologia pode ajudar a apoiar os fluxos de trabalho atuais pode ser benéfico para as empresas no Brasil.
“Acreditamos que ciência e inovação só têm real impacto quando são acessíveis e inclusivas. Nosso compromisso é usar a tecnologia para abrir caminhos, criar oportunidades e contribuir com um futuro mais equitativo e sustentável para todos”, afirma Luciano Reyes, gerente de Tecnologia de Manufatura da 3M para a América Latina.
“Promover o acesso a carreiras STEM é essencial para impulsionar a diversidade de pensamentos e soluções. Na 3M, acreditamos que investir em educação e representatividade é parte fundamental do nosso papel como líderes em ciência e tecnologia”, completa Márcia Ferrarezi, líder de P&D da 3M para a América do Sul.
Trabalho e indústria: respeito e oportunidades, mas preocupações persistem
O setor industrial recebe amplo respeito, com 86% dos brasileiros valorizando quem trabalha na manufatura e 81% recomendando essa carreira para jovens. Contudo, há preocupações: 78% temem que a automação substitua empregos e 33% apontam salários baixos como barreiras. A pesquisa global também reflete estas percepções, apontando que 65% acreditam que novas tecnologias podem gerar mais empregos, enquanto 70% receiam o impacto da automação.
A 3M tem investido há mais de uma década em programas locais no Brasil, reforçando seu compromisso com a educação, a ciência e o desenvolvimento de talentos. Entre as iniciativas, destaca-se a Escola Formare, realizada em parceria com a Fundação IOCHPE nas quatro plantas da empresa no país.
Outro exemplo é o Programa Desafio de Inovação Instituto 3M, que tem como principal objetivo capacitar professores na orientação de projetos investigativos de iniciação científica, alinhados às diretrizes do novo ensino médio. O programa tem início no começo do ano letivo com um curso em Metodologia de Pesquisa Científica, preparando os educadores para guiar seus alunos na Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M, realizada anualmente.
A 3M também apoia iniciativas como o programa 25 Mulheres na Ciência América Latina, o Programa de Estágio em Manufatura, a parceria com o Sesi Lab Delas, além da colaboração de mais de 15 anos com o SENAI, voltada à capacitação de jovens talentos, incentivo à inovação e apoio a novas ideias.