Em meio a um cenário internacional onde a agenda ESG enfrenta retrocessos e questionamentos, especialmente no mercado norte-americano, o Bradesco reafirma seu compromisso com a sustentabilidade, a diversidade e a governança como elementos centrais de sua estratégia de negócios e de sua cultura organizacional.
Em entrevista à ESG INSIDE, Silvana Machado, diretora-executiva de Sustentabilidade e Recursos Humanos do Bradesco, destacou que, apesar das turbulências internacionais, a agenda ESG no banco continua firme. “O Bradesco não mudou sua convicção. A sustentabilidade, o tema climático, a diversidade – tudo isso segue como prioridade estratégica e parte do nosso propósito”, afirmou.
Para Silvana, o ESG não é apenas uma diretriz ética, mas um acelerador de negócios. “Temos visto que práticas sustentáveis e inclusivas geram novos produtos, processos mais ágeis e maior competitividade. Nosso momento atual é de transformação cultural e de modernização do modelo de negócio, e o ESG está no centro disso”, ressaltou.
Segundo ela, essa transformação também passa por uma maior diversidade nos quadros da empresa. “Temos trazido profissionais de diferentes origens, inclusive de fora do setor bancário. Isso oxigena o pensamento e fortalece a nossa cultura de inclusão.”
Com mais de 83 mil colaboradores, o desafio é garantir que os princípios de ESG estejam presentes em todas as áreas da organização. Silvana conta que o banco está passando por uma revisão estratégica nessa frente: “Estamos reafirmando nossos pilares e comunicando internamente para que todos compreendam que ESG não é algo isolado, não é só ‘plantar árvore’ ou ‘reduzir plástico’. É uma pauta integrada ao negócio.”
Ela destaca o trabalho em finanças sustentáveis como exemplo concreto. “Estamos apoiando nossos clientes — especialmente os pequenos e médios empreendedores — na transição para uma economia de baixo carbono. Monitoramos nossa carteira de crédito e oferecemos produtos financeiros sustentáveis que viabilizam essa transformação”, explicou.
Compromissos internacionais e regulação
Silvana também lembrou que o Bradesco é signatário da iniciativa Net Zero Banking Alliance desde 2020, o que exige metas claras e prestação de contas sobre redução de emissões. “Como banco regulado pelo Banco Central e pela CVM, temos obrigação de transparência. Monitoramos de perto nossas operações e exigimos o mesmo de nossos parceiros e clientes corporativos.”
A executiva confirmou a presença do Bradesco na COP30, que será realizada em Belém, e revelou que o banco terá um espaço próprio no evento. “Queremos estar próximos dos nossos clientes e parceiros para dialogar e construir soluções juntos. Vamos também realizar iniciativas ao longo do ano para ampliar essa conversa.”
Internamente, o banco tem promovido fóruns e eventos de sensibilização. “Realizamos recentemente um Summit com convidados nacionais e internacionais. Foi uma troca rica de experiências e conhecimento, e vamos continuar com essas ações em diferentes regiões do país”, disse Silvana.
Por fim, a diretora destacou a importância da governança no avanço da agenda ESG. “Nosso conselho de administração acompanha de perto todas as iniciativas e define as diretrizes estratégicas. As áreas de sustentabilidade e diversidade são transversais, atuam como facilitadoras e garantem que essa agenda seja absorvida por toda a organização.”
“Para o Bradesco, ESG não é moda nem obrigação. É parte do nosso DNA, é estratégia de negócio, é compromisso com o futuro”, conclui Silvana.
