A Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) sediou em Brasília (DF), na última semana, a conferência Diálogos Amazônicos, reunindo autoridades governamentais, especialistas e lideranças empresariais para discutir os principais desafios e oportunidades relacionados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Entre os participantes, estavam o presidente do Conselho Superior do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Luiz Augusto Barreto Rocha; Régia Moreira Leite, coordenadora da comissão CIEAM de ESG; Aloísio de Melo, secretário nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas; Viviane Esse, secretária nacional de Transporte Rodoviário do Ministério dos Transportes; Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda e o diretor da FGV Brasília-DF, Edson Kenji Kondo.
Durante os debates, os representantes da indústria e do governo compartilharam suas visões sobre o papel estratégico da Amazônia nos cenários ambiental e econômico globais. Aloísio de Melo, por exemplo, reforçou a imagem da Amazônia como um dos principais focos de interesse global em termos de investimentos sustentáveis. Segundo ele, a COP30, que será realizada na região, representa uma oportunidade única para o Brasil apresentar ao mundo um modelo de desenvolvimento que valoriza a biodiversidade e a economia verde.
“O Brasil é, simultaneamente, um dos maiores emissores de gases de efeito estufa e um dos países mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, como inundações, estiagens e a elevação do nível do mar”, alertou o secretário.
O tema da infraestrutura também teve destaque. Viviane Esse defendeu a importância da integração territorial e sustentável, usando como exemplo a pavimentação da BR-319 (Manaus–Porto Velho). “Para cada real investido em obras de integração territorial, são gerados quatro reais em retorno para o país. Mas é fundamental que essas obras estejam alinhadas com a preservação ambiental. A BR-319 é essencial para o desenvolvimento do Amazonas e de toda a região Norte”, afirmou. Ela também anunciou o início da execução de obras em trechos críticos da rodovia, após obtenção do licenciamento ambiental.
Indústria como vetor de desenvolvimento sustentável
Os painéis do evento abordaram temas como bioeconomia, investimentos, empregos e a preparação da região para a COP30. As discussões reforçaram a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) e seu papel como modelo de desenvolvimento que alia geração de empregos à conservação da floresta.
Para o presidente do CIEAM, essa iniciativa da FGV, em parceria com o CIEAM, já em sua quinta edição, mostra que a indústria amazônica está presente, com liderança e voz ativa nas discussões sobre o futuro da região. “A pauta climática e a COP30 dizem respeito diretamente à preservação da Amazônia, e a indústria contribui de forma decisiva para esse objetivo. Hoje, o Amazonas é o estado mais preservado da região”, declarou Luiz Augusto.
“O Diálogos Amazônicos tem o papel fundamental de combater a desinformação sobre a ZFM. É preciso esclarecer o que é a Amazônia de verdade, defender a biodiversidade e o meio ambiente com base em conhecimento técnico e dados concretos”, destacou.
O executivo também ressaltou o impacto humano e social do Polo Industrial de Manaus.
“Nosso compromisso com a ZFM vai além de números e estatísticas. Trata-se de melhorar a vida das pessoas. São milhares de famílias que encontram estabilidade e oportunidades de trabalho graças à floresta em pé. Isso se traduz em dignidade, educação e futuro para as próximas gerações”, disse.
Luiz reforça o papel estratégico da região para o Brasil e para o mundo. “Cuidar da Amazônia é ajudar o Brasil a cumprir seus compromissos climáticos, reduzir a emissão de gases do efeito estufa e contribuir para a mitigação do aquecimento global. É também cuidar de mais de 20 milhões de brasileiros que vivem na região e atuar para diminuir a desigualdade regional do nosso país”, finaliza o presidente.