Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – recentemente, mostram que cerca de 7,9 milhões de brasileiros têm grande dificuldade para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes. A deficiência visual é a mais prevalente entre os 14,4 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência.
Esses números atualizados não surpreendem a Fundação Dorina Nowill para Cegos, que há quase 80 anos trabalha com base em diagnósticos sociais como esse para definir suas prioridades de atuação. Mais do que observar as estatísticas, a instituição transforma esses dados em ação concreta — identificando demandas, desenhando estratégias e ampliando seu alcance dentro desse contingente.
A Fundação Dorina acompanha de perto a realidade da população com deficiência visual no Brasil e atua para respondê-la de forma prática, com iniciativas voltadas à educação e à produção de livros acessíveis — valendo ressaltar o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), garantindo que estudantes com deficiência visual tenham acesso a materiais didáticos adaptados e de qualidade.
Além disso, contribui na formação de profissionais, no desenvolvimento profissional e na inclusão no mercado de trabalho. Cada dado trazido pelo Censo orienta suas decisões e reforça a importância de políticas públicas efetivas — área em que a Fundação Dorina também atua por meio de advocacy.
Em 2024, o compromisso da instituição se traduziu em 50.612 atendimentos a clientes e familiares e avanços na produção de conteúdo acessível: mais de 266 mil páginas editadas em braille – representando um marco histórico para a instituição e superando os resultados dos anos anteriores – além de 7 milhões de páginas impressas e 299 projetos em áudio, com 36.714 páginas adaptadas.
A desigualdade social evidenciada pelos números também está no centro das preocupações. O Censo revelou, por exemplo, que a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência com 15 anos ou mais chega a 21,3%, e apenas 7,4% concluíram o ensino superior. Esses indicadores reiteram o impacto das barreiras estruturais que a Fundação Dorina busca superar diariamente por meio de seus programas.
Com uma atuação voltada desde a infância — por meio da produção de livros em braille e formatos acessíveis — até a vida adulta — com programas de empregabilidade e formação —, a Fundação Dorina atua dentro desse contingente de milhões de brasileiros com deficiência visual, entendendo suas necessidades e respondendo com soluções concretas.
Mais do que um retrato demográfico, o Censo 2022 representa uma base de planejamento e ação. Para a instituição, esses números são uma reafirmação da sua missão: garantir dignidade, autonomia e participação plena das pessoas cegas e com baixa visão na sociedade.