A Mereo, plataforma integrada de gestão de pessoas presente em mais de 40 países, responsável por atender cerca de 10% das 500 maiores empresas do Brasil, que se distribuem por mais de 40 setores da economia, como construção, agronegócio e finanças, realizou nova pesquisa sobre indicadores que medem a sustentabilidade, o social e a governança (ESG) no dia a dia das corporações em 2024. Realizada ao longo do ano passado, o levantamento constatou duas variações importantes frente ao realizado em 2023: queda expressiva em relação às métricas relacionadas a engajamento dos colaboradores e Desenvolvimento Humano.
Além disso, nova regulamentação da Norma Regulamentadora 1 (NR-1) pelo Ministério do Trabalho e Previdência, estabelecendo direcionamentos para a segurança e saúde no trabalho, deverá impactar o levantamento em 2025.
“As métricas de Saúde Mental permaneceram as mesmas, quando olhamos para nossa pesquisa feita em 2023 e 2024”, afirma Ivan Cruz, cofundador da Mereo. “Nosso ponto de interrogação para o ano que vem é: será que a NR-1 vai alterar esse indicador? Nossa crença é, sim”, afirma Cruz.
Os respondentes ao levantamento 2024 da Mereo cresceram 19,1% em relação à pesquisa feita dois anos atrás, alcançando 137 companhias. Além disso, dos que responderam, cerca de um terço tem ações em bolsas de valores, ao passo que no ano passado esse indicador era inferior a 35%. A adesão às métricas ESG, no total, foi superior a 90% pelo segundo ano consecutivo.
“Quem está no mercado financeiro, e precisa prestar contas à sociedade até por força de legislação, tem prestado cada vez mais atenção aos indicadores ESG”, afirma Cruz.
ESG Raio-x
Outros pontos também chamam atenção quando se coloca frente a frente os levantamentos referentes aos indicadores de 2023 e 2024. No ano passado, por exemplo, a preocupação com “E” do ESG, que significa estritamente ações no campo ambiental, despertou o interesse em 72% dos respondentes, que de alguma forma promoveram ações nesse tema, como: gerenciamento de resíduos ou redução de emissões. Já nos dados colhidos em 2023, o “E” do ESG ficou em 62%.
Por outro lado, o “S” de Social e o “G” de Governança do indicador sofreram uma boa redução quando se compara os de 2024 a 2023. No ano passado, o levantamento capturou que o Social despertou a atenção em 87% dos respondentes e a Governança, 81%. Já os números de 2023 apontaram que o Social foi alvo de 90% e a Governança de 81%.
“A crescente visibilidade do “E” no ESG pode estar ligada aos fortes impactos que as questões climáticas têm no agronegócio. Chuvas, cheias, enchentes e secas levam a escassez de produtos. Além disso, o risco para linhas de crédito em empresas do agronegócio pode se tornar cada vez mais alto, o que é um indicativo de que as organizações deverão olhar o “E” de maneira mais estratégica daqui em diante. Já as letras “S” e “G” indicaram início de baixa em 2024. Apesar de ainda tímida no Brasil, a agenda anti-ESG ganhou força nos Estados Unidos com a adesão das big techs, o que pode indicar uma baixa ainda maior nessas letras em 2025”, afirma Ivan Cruz, cofundador da Mereo.
Na questão ambiental, a pesquisa da Mereo, com dados de 2024, demonstrou que as companhias, de maneira geral, aumentaram o número de projetos de conservação em biodiversidade apoiados. Também colocaram mais energia em iniciativas relacionadas à qualidade do ar nas proximidades das instalações; monitoraram com mais eficiência o número de incidentes de poluição reportados e a emissão de poluentes atmosféricos. Além disso, houve genuíno foco na redução de emissão de gases do efeito estufa.
Em Governança, houve um incremento no número de auditorias internas realizadas, além da identificação de situações em que não havia conformidades com leis e regulamentos. Também cresceu o número de treinamentos em compliance.
Já no “S” de Social, além do aumento já identificado de iniciativas relacionadas à saúde mental, também se observou investimentos em projetos comunitários, aumento do número de horas de voluntariado e incremento no número de beneficiários dos projetos sociais apoiados.
“É ato contínuo. Porque o ESG demanda atividades consistentes e perenes. Se as medidas forem esporádicas e pontuais, o resultado simplesmente não acontece”, afirma o cofundador da Mereo.
A Mereo tem realizado pesquisas sobre a adesão das companhias ao universo ESG desde 2023. O levantamento, com os indicadores de 2025, será feito no primeiro trimestre de 2026.
