O Governo do Estado de Pernambuco, o Instituto Brasileiro de Economia Circular Ibec) e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) firmaram um compromisso estratégico para impulsionar a economia circular no estado. Com a assinatura de um Memorando de Entendimento, Pernambuco se torna o primeiro estado do país a colocar a economia circular como prioridade estratégica, a fim de promover uma governança integrada entre os setores público, privado e a sociedade civil.
Um dos principais objetivos da parceria é a elaboração do Plano Regionalizado de Economia Circular para Pernambuco, que estabelecerá diretrizes para consolidar políticas públicas e fomentar um ambiente favorável ao desenvolvimento industrial sustentável. O compromisso também reforça a posição de Pernambuco na Estratégia Nacional de Economia Circular, ampliando a conexão do estado com iniciativas internacionais e atores estratégicos.
No âmbito do Governo do Pernambuco, as signatárias do compromisso foram as secretarias de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (SEMAS); de Desenvolvimento Econômico (SDEC); de Ciências, Tecnologia e Inovação (SECTI); e de Assessoria Especial à Governadora e Relações Internacionais (SAESPRI).
“A economia circular é essencial para enfrentar os desafios climáticos e garantir um futuro mais sustentável. O memorando de entendimento será um instrumento importante para a troca de experiências, engajar o setor produtivo, fomentar a pesquisa e a inovação do setor. Isso mostra como o Governo de Pernambuco está engajado em fazer parcerias para alavancar políticas públicas que reduzam o desperdício e maximizem o uso de recursos naturais – declara Ana Luiza Ferreira, secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha.
A economia circular representa uma agenda de desenvolvimento social e econômico, servindo como alavanca para ações de descarbonização e para solucionar as três grandes crises planetárias atuais: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e geração de poluição e resíduos.
A assinatura do memorando acontece em um período estratégico para a agenda da economia circular no Brasil. Na última semana, o país sediou, pela primeira vez, o Fórum Mundial de Economia Circular, em São Paulo, onde o Instituto Brasileiro de Economia Circular destacou a atuação de Pernambuco como exemplo nacional. Estiveram presentes no evento o secretário executivo de Meio Ambiente de Pernambuco, Walber Santana, e o Chefe de Gabinete da SEMAS, Danilo Nogueira.
“Uma das nossas missões é auxiliar o país na adoção dos princípios da economia circular em suas decisões estratégicas, alinhando-se a diretrizes globais e posicionando a economia circular como agenda prioritária nacional. Mas acreditamos que isso começa pelos estados e municípios, que devem consolidar e conduzir planos de ação, mobilizando diversos atores do governo, da indústria e da sociedade civil. Pernambuco está tomando a frente com bastante êxito – diz a presidente do Ibec, Beatriz Luz.
Em novembro de 2024, 0 Ibec realizou, em Recife, o primeiro Brazilian Circular Hotspot, evento que reuniu representantes empresariais e governamentais de diversos países para debater os desafios e oportunidades da transição para um novo modelo econômico.
Para a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, a economia circular impulsiona uma estratégia de negócios mais inteligente, lucrativa e sustentável, podendo fomentar novos investimentos e mercados: “Acreditamos que a economia circular representa uma nova fronteira para a competitividade industrial. Ao promover o uso mais eficiente de recursos e incentivar a inovação, abrimos caminho para negócios mais sustentáveis, economicamente viáveis, resilientes e regenerativos. Para isso, é essencial fortalecer a cooperação entre governo, setor produtivo e sociedade civil, além de viabilizar instrumentos concretos de financiamento, investimento, pesquisa e inovação. Pernambuco dá um passo importante ao assumir esse protagonismo”, ressalta o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Contema) da FIEPE, Anísio Coelho.
Transformação industrial e governança colaborativa como pilares estratégicos
Para atingir os objetivos estabelecidos no documento, as partes signatárias definiram áreas prioritárias de atuação.
Uma delas é a transformação industrial e inovação sustentável. O objetivo é incentivar a adoção de práticas circulares, a inovação criativa e a eficiência de insumos na indústria, reduzindo impactos ambientais e promovendo a transição para um novo modelo econômico.
Outro ponto fundamental é a criação de políticas públicas e o desenvolvimento de mercados. Isso envolve a construção de cadeias produtivas circulares e a articulação de esforços entre diferentes níveis de governo (estadual, municipal e federal), para fomentar novos negócios e empregos.
A terceira área prioritária foca em investimentos e cooperação multissetorial. Para isso, serão estabelecidos mecanismos de governança e instrumentos legais, que permitam a atração de investimentos internacionais para projetos circulares.
