terça-feira, junho 17, 2025

Aberta chamada para soluções inovadoras em cadeias da sociobioeconomia na Amazônia

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Está aberta a chamada para participar do Biorama – Evolução da Bioeconomia na Amazônia Pela Raiz, iniciativa que irá selecionar 5soluções inovadoras para serem aplicadas em cadeias produtivas para gerar impacto positivo direto em negócios comunitários da sociobioeconomia da Amazônia, tais como associações, cooperativas extrativistas e outras iniciativas locais voltadas à produção sustentável. Esta primeira chamada tem foco em três cadeias prioritárias: açaí, cacau e oleaginosas. As propostas de soluções poderão estar em diferentes níveis de maturidade, desde ideias iniciais até tecnologias prontas para adaptação e customização. As inscrições podem ser feitas até o dia 15/06, pelo site da iniciativa (Link).


O Biorama é idealizado e executado em parceria entre a Fundação CERTI e a Conexsus, com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e apoio financeiro da União Europeia por meio do Programa Euroclima, com implementação da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A iniciativa foi desenhada para solucionar demandas organizacionais e/ou produtivas dos negócios comunitários que podem ser resolvidas através de soluções tecnológicas e científicas desenvolvidas por agentes de inovação, conectando dessa forma, o Ecossistema de Inovação com o Ecossistema de Negócios Comunitários.

Ao participar da chamada, os proponentes terão acesso a um “laboratório vivo”, ou seja, uma experiência prática de interação direta com negócios comunitários da Amazônia. Isso inclui imersões presenciais nos territórios, com visitas e atividades de campo realizadas diretamente junto aos negócios comunitários participantes, além de capacitações online em metodologias centradas nas usuárias, sessões de mentoria especializada e apoio no desenvolvimento ou adaptação das soluções propostas.

Podem participar startups ou pequenas empresas inovadoras, instituições de ciência e tecnologia, universidades ou centros de pesquisa e organizações desenvolvedoras de tecnologias sociais que possuam propostas relevantes aos desafios apresentados pela Iniciativa para essas cadeias produtivas.

A Iniciativa Biorama valoriza a diversidade e reconhece a importância de ampliar a representatividade no ecossistema de inovação. Por isso, encorajamos a participação de organizações lideradas por mulheres, pessoas negras, indígenas, quilombolas, populações tradicionais e outros grupos historicamente marginalizados, cuja atuação seja conectada aos territórios da Amazônia Legal.

Cada proposta selecionada terá as despesas de viagem, hospedagem e alimentação cobertas para a participação nas imersões presenciais e receberá uma ajuda de custo no valor de R$5 mil destinada a viabilizar a participação nas atividades com os negócios comunitários. Ao final do ciclo os protótipos serão apresentados para potenciais financiadores interessados em potencializar o alcance de soluções relevantes para a bioeconomia no território da Amazônia Legal. Esta é uma oportunidade concreta de gerar inovação com propósito, contribuindo de forma relevante para a evolução da bioeconomia no contexto da Amazônia pela raiz.

Cronograma

Etapa 1: Inscrição da Proposta 19/05 a 15/06 Etapa 2 e 3: Avaliação e Pré-seleção 16/06 a 27/06 Etapa 4: Matchmaking entre Propostas Pré-selecionadas e Negócios Comunitários 30/06 a 10/07 Etapa 5: Imersão online 14/07 a 15/08 Etapa 6: Seleção de até 5 propostas para imersão presencial para desenvolvimento de protótipos ou adaptação de soluções existentes 18/08 a 17/10 Etapa 7: Elaboração do Plano de Desenvolvimento Até 17/10

Alvos de inovação: iniciativa visa resolver gargalos em três cadeias produtivas

Entrevistas realizadas com os negócios comunitários participantes ajudaram a identificar desafios nas três cadeias produtivas que precisam de soluções inovadoras. Esses desafios são definidos como alvos de inovação e deverão ser o foco das soluções propostas pelas organizações, pessoas e agentes de inovação selecionados.

Entre os alvos para inovação estão soluções para o processo de secagem das amêndoas de cacau, que atualmente é prejudicado pela alta umidade da Amazônia, que favorece o surgimento de fungos e deteriora a qualidade sensorial do produto. Ainda na cadeia do cacau, são esperados sistemas para rastreabilidade, permitindo o controle eficaz desde a colheita até a comercialização, garantindo maior sustentabilidade e valorização no mercado.

Para a cadeia das oleaginosas, a exemplo do murumuru e andiroba, os desafios incluem a implementação de tecnologias acessíveis e adaptadas às condições amazônicas para melhorar a rastreabilidade das sementes coletadas, facilitando o acompanhamento da origem e das condições produtivas e aumentando o acesso a mercados exigentes. Além disso, busca-se soluções adaptadas e de baixo custo para beneficiamento e controle de qualidade dos óleos nas comunidades, visando padronizar e ampliar a aceitação desses produtos no mercado.

Por fim, na cadeia do açaí, busca-se tecnologias de manejo, armazenamento, transporte e segurança e eficiência da colheita. Isso inclui inovações capazes de prever com maior precisão o volume produtivo, avaliar a qualidade dos frutos e otimizar a gestão da produção, especialmente diante dos impactos das mudanças climáticas nos ciclos produtivos. Também são necessárias soluções logísticas inovadoras e equipamentos eficientes para reduzir as perdas decorrentes da rápida deterioração do fruto. Outro aspecto crítico é a melhoria da segurança e eficiência durante a colheita, com tecnologias que eliminem os riscos associados aos métodos tradicionais de escalada manual e reduzam perdas no processo produtivo.

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