Em mais um passo rumo à reconstrução do Rio Grande do Sul, o Ministério das Comunicações entregou, nesta quarta-feira (14), 55 computadores a 10 organizações do Movimento Negro em Porto Alegre (RS). A iniciativa integra o programa Computadores para Inclusão e tem o objetivo de fortalecer a atuação de entidades que têm papel fundamental na assistência às comunidades mais vulneráveis após as enchentes.
“A inclusão digital é uma ferramenta poderosa de reconstrução e justiça social. Com essa entrega, reafirmamos nosso compromisso com um Brasil mais igualitário e com um Rio Grande do Sul mais forte, onde a tecnologia chega para fortalecer quem mais precisa — especialmente as comunidades que lideram a transformação nos territórios”, disse o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.
As entidades beneficiadas — como o Coletivo Preta Velha, União de Negros pela Igualdade, Associação de Afroempreendedores, Sociedade Beneficiente e Cultural Ilê Asé Oba Aganju Alafim Jetioka, Sociedade Africana Bará Agelu, Cáritas-RS, Sociedade Beneficiente Cultural Ilê Bara Lanã, Terreiro Umbanda de Matriz Africana Xangô das Matas em Águas de Iemanjá, Cozinha Solidária de Matriz Africana Ilê Iemanjá e Oxalá e Ilê Oxalá Yemanja Axé de Xapana — atuam em áreas como educação, afroempreendedorismo, cultura, assistência humanitária e preservação das tradições de matriz africana
“Essa ação faz parte da nossa missão de promover a ressocialização e o empoderamento do estado após a tragédia. Estamos entregando não apenas equipamentos, mas ferramentas de cidadania e transformação social”, afirmou Ludymilla Chagas, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do ministério, durante a entrega.
Para Elis Regina, da Unegro, a ação leva para dentro das comunidades políticas públicas concretas. “Agradeço ao ministério por trazer uma política da vida real. Esses computadores serão muito bem utilizados por nossas crianças, adultos e idosos”, disse.
Já Marta de Matos, da Cozinha Solidária, destacou a importância da tecnologia no dia a dia das ações de base. “Essa iniciativa vem para somar com o trabalho que já realizamos em prol da segurança alimentar e da dignidade das famílias negras”, destacou.
Eliane Brochet, da Cáritas-RS, também agradeceu a doação. “No furacão das emergências, precisamos de tecnologia não só para arrecadar recursos, mas também para se conectar com o mundo, por isso a importância da inclusão digital”, disse.
Ainda, o presidente da Sociedade Africana Bará Agelu, André Ribeiro, demonstrou interesse em montar um laboratório de informática com as doações recebidas. “Esses computadores chegaram em ótima hora”, comemorou.
O programa Computadores para Inclusão revitaliza equipamentos eletrônicos que seriam descartados, dando a eles uma nova função em escolas, centros comunitários e organizações sociais. Os equipamentos são recuperados por jovens em formação técnica nos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) — gerando também capacitação profissional.
A ação no Rio Grande do Sul reforça o papel do programa como instrumento de combate às desigualdades digitais. Ao todo, mais de 59 mil equipamentos já foram distribuídos em todo o país, impactando mais de 53 mil pessoas capacitadas por meio de 244 cursos, além da criação de 4,7 mil pontos de inclusão digital.
Durante a visita, Ludymilla também participou de uma roda de conversa com lideranças comunitárias sobre o papel da tecnologia na garantia de direitos, fortalecimento da democracia e promoção da cidadania.
“Tecnologia também é sobre justiça social. E a inclusão digital é uma ponte para que mais brasileiros tenham voz, oportunidades e acesso ao futuro”, concluiu.