A Fundação Bunge e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acabam de firmar acordo de cooperação para fortalecer brigadas indígenas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). A parceria prevê, de 2025 a 2029, apoio a até 40 brigadas indígenas por meio de formações e auxílio na estruturação e funcionamento de seis salas de situação móveis em cinco estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão e Tocantins. Com isso, a parceria vai fortalecer as operações de combate do Prevfogo, que serão mais bem equipadas. Os detalhes do acordo estão disponíveis no site da Fundação.
A assinatura do acordo foi realizada nesta manhã (29/4), na sede da autarquia federal, em Brasília, e contou com a presença do Presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho, do Diretor de Proteção Ambiental, Jair Schmitt, e da Coordenadora-Geral do Prevfogo, Flávia Saltini Leite, além de servidores do Instituto. Representando a Fundação Bunge, estiveram presentes Niveo José Maluf, Diretor de Assuntos Corporativos da Bunge, Andrea Marquez, Presidente do Conselho de Administração da Fundação, e Cláudia Buzzette Calais, Diretora-executiva da Fundação.
A iniciativa integra o projeto Semêa da Fundação Bunge, voltado à agricultura regenerativa e de baixo carbono, que tem, entre suas atividades, o desenvolvimento de ações com comunidades indígenas. “O conhecimento ancestral dos povos indígenas é fundamental para a conservação e o monitoramento das florestas. Fortalecer políticas públicas que os apoiam nesse papel é crucial para proteger a biodiversidade brasileira e combater a emergência climática. Investir nas brigadas indígenas é apoiar uma política pública com soluções eficazes e de longo prazo para a preservação da floresta em pé”, afirma Claudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.

“Atuar pela redução dos incêndios florestais no Brasil é um dever compartilhado entre os entes federados, empresas, sociedade civil e demais atores, que, direta ou indiretamente, influenciam esse cenário. Parcerias como a que agora firmamos representam um compromisso conjunto com a vida, a preservação dos nossos biomas e o legado que deixaremos para as futuras gerações. A parceria entre o Ibama e a Fundação Bunge marca um passo essencial no fortalecimento das ações contra os incêndios florestais, unindo esforços para proteger comunidades, conservar a biodiversidade e enfrentar os desafios das mudanças climáticas com confiança e propósito comum”, diz Flávia Saltini Leite, coordenadora-geral do Prevfogo.
Panorama dos incêndios no Brasil
Dados da plataforma Monitor do Fogo, do Mapbiomas, mostram que 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2024, uma área maior do que o território da Itália. O número representa um crescimento de 13,6 milhões de hectares em relação a 2023 e é a maior área queimada registrada desde 2019. O levantamento aponta ainda que três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, principalmente em formações florestais, totalizando 25% da área queimada do país.
Para mudar esse cenário, as brigadas fortalecerão o desenvolvimento de planos de ação para o manejo integrado do fogo em suas áreas de atuação, o que envolve a realização de campanhas educativas e ações como queimas controladas, criação de aceiros e monitoramento dos territórios, além da coleta de sementes e produção de mudas para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Desse modo, pretende-se prevenir incêndios e conservar florestas localizadas em territórios indígenas do Pantanal, do Cerrado e da Amazônia brasileira.
Projeto Semêa
O Semêa é um projeto da Fundação Bunge de agricultura de baixo carbono com foco em práticas regenerativas para ampliar ações e conhecimentos que estimulem a preservação do solo, floresta e água. O projeto tem como premissas a integração de grandes produtores rurais, agricultores familiares e povos tradicionais em uma visão sistêmica, conectados com políticas públicas para a manutenção no território de agricultores familiares e povos tradicionais por meio da geração de renda de forma digna.