Um novo marco na conscientização nacional sobre a crise climática está em tramitação no Senado: o Dia Nacional para a Ação Climática, que poderá ser celebrado anualmente em 27 de abril, caso o Projeto de Lei 2.215/2024, seja aprovado. A proposta prevê iniciativas educativas nas escolas voltadas à conscientização sobre prevenção, mitigação e resposta a eventos climáticos extremos. Entre as estratégias fundamentais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas está a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), e a descarbonização da indústria surge como uma das principais aliadas no combate ao aquecimento global. Em 2025, o Brasil se posiciona no centro do debate global sobre mudanças climáticas e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), evidenciando a urgência de iniciativas concretas para mitigar os impactos ambientais.
As emissões de gases de efeito estufa (GEE) figuram entre os principais vetores do agravamento das mudanças climáticas em escala global. De acordo com dados do Climate Watch, em 2022 o Brasil ocupou a sexta posição no ranking dos maiores emissores de GEE do mundo. O setor industrial foi responsável por 154 milhões de toneladas de CO2 emitidos em 2023, segundo dados do Observatório do Clima de 2023 e do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Deste montante, a energia térmica foi responsável por, pelo menos, metade das emissões totais do setor, segundo levantamento dos mesmos estudos.
O cenário internacional também é preocupante. O mais recente relatório do Global Carbon Budget, apresentado durante a COP29, estima que as emissões globais de CO₂ devem alcançar 41,6 bilhões de toneladas em 2024 – um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. A queima de combustíveis fósseis permanece sendo apontada como a principal responsável, respondendo por cerca de 90% das emissões.
Nesse contexto, a transição da matriz energética industrial para fontes renováveis desponta como uma estratégia essencial. A substituição da energia térmica fóssil por alternativas sustentáveis, como a biomassa, representa uma solução eficaz para a redução das emissões. No Brasil, a ComBio se destaca como a principal empresa de fornecimento de energia térmica renovável. Na prática, a Combio constrói, dentro da fábrica do cliente, um novo sistema de produção de vapor, substituindo a queima de combustíveis fósseis, por renováveis. Desde o início de sua operação, a empresa já evitou mais de 3,4 milhões de toneladas de CO2, e atualmente, evita que mais de 665 mil toneladas sejam liberadas por ano na atmosfera, o que equivale a 17 dias de emissões de CO2 de toda a cidade de São Paulo.
“Falar sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa é fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas. A indústria possui um grande potencial para a transição da sua matriz energética, e a biomassa, amplamente disponível em todo o território nacional, deve ser considerada como uma solução estratégica”, afirma Camilla Albani, Diretora de Sustentabilidade, Gente, Gestão e Comunicação da ComBio.
Além de contribuir para o combate à crise climática, a adoção de fontes renováveis também prepara o setor industrial para atender às exigências do futuro. Aprovada em 11 de dezembro de 2024, a Lei nº 15.042 criou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) com a finalidade de controlar, monitorar e reduzir emissões de carbono no Brasil. A transição para energias limpas é, portanto, não apenas uma ação ambientalmente responsável, mas também um diferencial competitivo para a indústria brasileira.