sexta-feira, abril 18, 2025

Sustentabilidade na construção civil e o avanço da agenda ESG em novos empreendimentos comerciais

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A incorporação de critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) tem se consolidado como um vetor de transformação em todo o ambiente de negócios global, evidenciando um compromisso crescente de empresas ao redor do mundo com um mercado mais inclusivo, transparente e focado na redução de impactos ambientais para a preservação do planeta.

No setor de construção, esse compromisso é especialmente fundamental quando consideramos que, dentro de uma perspectiva histórica, o segmento é um dos que mais demanda recursos ambientais, seja no plano da emissão de gases ou no consumo de água, essencial para  o desenvolvimento de empreendimentos. 

Nesse contexto, pensando na realidade brasileira – na qual a indústria de construção civil representa a parcela importante de cerca de 6% do PIB nacional e tem um papel decisivo em nossa conjuntura econômica – é positivo observar o avanço de iniciativas sustentáveis,  sobretudo em empreendimentos que buscam certificações como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e AQUA-HQE e dentro de um movimento que já vem consolidando o Brasil como um dos líderes globais em construções verdes.

Para termos uma ideia desse cenário, segundo o ranking “Green Building Council Brasil”, nosso país já é o 4º do mundo no desenvolvimento de obras sustentáveis, atrás apenas de China, Emirados Árabes e Estados Unidos.

Ao menos em parte, essa tendência também é ancorada por uma maior exigência do próprio mercado consumidor por soluções ambientalmente responsáveis. Além disso, o avanço de legislações e da própria agenda ESG na rota da descarbonização da economia, são pilares que ancoram uma mudança de mentalidade da indústria que, ao que tudo indica, veio para ficar.

Para tanto, os investimentos em projetos, parcerias e soluções que buscam efetivar a economia de recursos hídricos, uma logística reversa eficiente na gestão de obras e a respectiva otimização do ciclo de vida dos empreendimentos são etapas que se colocam como fundamentais para a construção civil em sua jornada sustentável.

E, ao analisarmos o contexto social e econômico, estamos falando, ao mesmo tempo, de um movimento urgente e que pode abrir muitas oportunidades no setor. Segundo números divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, até 2030, o mercado de construções verdes pode movimentar cerca de US$ 1,8 trilhões em todo o mundo.

No Brasil, por sua vez, uma pesquisa da KPMG indica que 54% dos líderes do mercado de construção civil já enxergam os benefícios da agenda ESG para o setor – números positivos, mas que também indicam grande espaço para o avanço dessa pauta que se coloca, sem dúvidas, um fator-chave para a competitividade futura.

Do ponto de vista legislativo, a introdução de marcos regulatórios e incentivos fiscais para construções sustentáveis tem acelerado a adoção de práticas ESG. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e programas diversos de incentivo à eficiência energética são exemplos que têm promovido uma transformação estrutural no setor. 

Fato é que, para que essa transição ESG se consolide no mercado brasileiro há uma necessidade da união de esforços entre governo, empresas e no desenvolvimento de soluções que contribuam para ganhos de eficiência e um viés sustentável em novos empreendimentos.

Essa visão, por fim, é particularmente relevante para os empreendimentos comerciais, que têm papel central na dinamização econômica e no desenvolvimento urbano.  

E, quando consideramos o protagonismo do Brasil no âmbito das construções verdes, a adoção de estratégias ESG passa a ser não apenas uma opção, mas um passo decisivo para um setor que pode liderar um futuro no qual crescimento econômico e sustentabilidade deverão, sem margens para dúvidas, coexistir. 

Leonardo Dahlem, CEO e Diretor Comercial da Dahlem S.A.

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