quarta-feira, abril 2, 2025

Vakinha lança projeto que oferecerá curso de empreendedorismo para 500 mulheres em vulnerabilidade

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As mulheres são maioria na liderança dos lares brasileiros, mas ainda ganham menos que os homens. Em 2025, a Lei do Feminicídio completa 10 anos, mas, de acordo com números do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o país registra cerca de 1 mil assassinatos de mulheres por ano. No ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou 8,3 mil processos sobre o assassinato de mulheres e contabilizou 959,2 mil novos casos de violência doméstica foram registrados em 2024.

Com este cenário, o Vakinha, maior site de doações online da América Latina, mantém entre suas causas a valorização da mulher e o incentivo à autonomia feminina como forma de resgatar mulheres em situação de vulnerabilidade. Por isso, o projeto Mulheres Transformam, promovido pela empresa, terá sua terceira edição em 2025. Neste ano, a meta é arrecadar, ao lado de parceiros, R$ 1,5 milhão para ajudar 500 mulheres em situação de vulnerabilidade em várias cidades do país.

Executado pela Besouro de Fomento Social, o curso de formação oferece lições básicas de gestão de negócio, criação da marca do produto ou serviço, além de dicas para a saúde mental. Serão três meses de aula, com encontros semanais e 90 dias de mentoria. O projeto oferece transporte seguro e alimentação, além de recreação para as crianças no local — dando todo o suporte necessário para que as alunas consigam frequentar as aulas.

“Essas mulheres, na maioria das vezes, não contam com rede de apoio. Por isso, a importância deste olhar 360 para garantir que ela terá condições de comparecer”, explicou Renata Fehlauer, head de Causas do Vakinha. “Queremos ser uma ferramenta de transformação, oferecendo conhecimento, gerando confiança e possibilitando que essas mulheres se tornem financeiramente independentes. São sonhos que impulsionamos, negócios que ajudamos a manter e uma economia local que começa a girar”, completou.

O Mulheres Transformam está em fase de arrecadação, buscando apoio de empresas e parceiros de todo o país.

“É uma união de forças. E o setor privado também é fundamental nessa engrenagem. Nesta causa específica, quando falamos em mulheres, falamos de um pilar fundamental para nossa sociedade”, disse Tayrê Balzan, advogada do Silva Lopes Advogados.

O projeto tem previsão de iniciar em junho de 2025, começando pelo Rio Grande do Sul. Posteriormente, em fases, chegará a cidades do Sudeste e Nordeste. Entre os parceiros que ajudarão no processo de aproximação com as comunidades, estão o Instituto Ascendendo Mentes e Gerando Falcões.

“Muito mais do que a possibilidade de empreender e de conquistar autonomia financeira, esse programa entrega acesso à dignidade, combate à violência e zela pela segurança na infância. Um território inteiro começa a se levantar quando uma mulher se ergue”, Nina Camargo, presidente do Instituto Ascendendo Mentes.

Nas duas edições anteriores, quase 300 mulheres participaram. “Em 2024, 14% das alunas aumentaram suas rendas após o curso e 30% delas contrataram pelo menos um funcionário. Quase 60% têm, hoje, seu empreendimento como principal fonte de renda”, comemorou Victória Melo Martins, coordenadora da Besouro de Fomento Social.

Karen Massierer Pinto sempre quis ter seu próprio negócio. Fez o curso, hoje, tem uma empresa que vende salgados e lanches. “Isso foi uma coisa que o curso me deu: a gente ter esperança de poder sonhar”, contou.

Sentimento compartilhado por Roselaine Lopes, que investiu no artesanato e no serviço de decoração de festas infantis. “Estou pensando até em ampliar os trabalhos”, falou.

“Conectamos pessoas e empresas que querem fazer o bem a causas diversas a partir das campanhas criadas pelos usuários. Mas nosso compromisso com a transformação social faz com que tenhamos causas próprias mapeadas. Contamos com ajuda de empresas parceiras para tirar as ideias do papel. É um privilégio operacionalizar essa corrente virtuosa”, afirmou Felipe Gheller, co-fundador e CEO do Vakinha.

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