A bateria está entre os principais receios dos consumidores na hora de optar por um carro elétrico, aponta a nova edição do estudo Mobility Consumer Index (MCI), produzido pela EY. A falta de estações suficientes de carregamento foi apontada como o principal entrave para a compra de um carro elétrico, com 27% das respostas. Na sequência, com 26%, a preocupação com o preço elevado para substituir a bateria. Foram entrevistados no total 19 mil consumidores provenientes de 28 países.
Há um desdobramento do segundo entrave apontado, que é o receio de não conseguir revender o carro, deixando o consumidor preso a uma bateria que chegou ao fim da sua vida útil. Ainda segundo o levantamento, os consumidores desejam cada vez mais uma experiência de reabastecimento como a dos motores de combustão para seus veículos elétricos – a qualquer hora, em qualquer lugar e concluída em poucos minutos.
O que eles obtêm atualmente está longe disso: locais de carregamento limitados, carregadores quebrados ou bloqueados e tempo de carregamento que, em alguns casos, ultrapassa 40 minutos. Esses desafios são ainda maiores em países continentais como o Brasil, com etapas diferentes de desenvolvimento de mercado em suas próprias regiões, o que se reflete no alcance da rede de carregamento.
Quando perguntados sobre os atributos principais da infraestrutura de carregamento, 71% apontaram velocidade de carregamento para a rede disponível em suas casas e 48% deram essa mesma resposta para a rede pública. Ou seja, a velocidade liderou em ambas as redes: privada e pública.
Na sequência, como segundo atributo mais importante da rede doméstica, veio a integração com as soluções de energia de casa, com 44% das respostas. Já na rede pública, o segundo lugar, com 39% da preferência, ficou com a necessidade de o custo do carregamento ser acessível, seguida de local conveniente para carregar, com 37%, e mínimo tempo de espera, com 36% das respostas.
Potencial para os próximos anos
Ainda que a intenção de compra do consumidor brasileiro seja baixa em comparação com outros países, segundo o estudo da EY, há potencial no mercado de veículos elétricos para os próximos anos, considerando o tamanho da frota do país, composta por 60 milhões de veículos. O desafio, além de baratear os veículos para o consumidor, será gerar eletricidade para atender à demanda adicional: acréscimo de 270 GW de capacidade instalada no país. O caminho será recorrer às fontes renováveis de energia, como solar, eólica e hidrogênio verde.
Os modelos de veículos estão divididos entre 100% elétricos, conhecidos pela sigla BEV; híbridos, também chamados de HEV; e híbridos plug-in ou PHEV. HEV e PHEV têm os dois tipos de motor – combustão e elétrico, com a diferença de que o primeiro conta com uma bateria pequena e autocarregável, enquanto o segundo tem uma bateria maior, que pode ser recarregada na tomada.