O painel instalado às margens do Rio Pinheiros, conhecido como Lixômetro, registrou um aumento de aproximadamente 13% na quantidade de lixo flutuante coletado no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro a março deste ano, foram retiradas 10,4 mil toneladas de resíduos do rio, contra 9,3 mil toneladas removidas em igual intervalo de 2024.
Os trabalhos, que desde 2023 já acumularam mais de 84 mil toneladas de lixo coletadas e um gasto de R$ 148,8 milhões, são executados pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), em parceria com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). Desde fevereiro de 2025, a responsabilidade pela coleta passou para a SP Águas, agência reguladora de recursos hídricos do Estado.
A coleta é realizada por um barco que percorre os 25 quilômetros do Rio Pinheiros. Após a retirada dos detritos, eles são levados para uma “área de rebaixo”, onde são deixados para secar, e em seguida são colocados em caçambas e encaminhados a aterros sanitários.
A presidente da SP Águas, Camila Viana, detalha o processo de coleta: “A limpeza é realizada com 6 barcaças, sendo, 3 rebocadores e 3 escavadeiras. Para apoio, são 4 barcos tipo voadeira e 2 barcos com grade coletora. Entre os objetos mais retirados pelas equipes são garrafas pet, pneu e isopor, como marmitas”, afirma. Camila também conta que brinquedos, como bolas e bonecas, são comuns e itens com volume maior também são vistos com frequência, como sofás e colchões.
Toda essa poluição difusa – que chega ao rio vinda de diversos lugares -, é levada ao rio pelo curso d’água, resultado da ação humana, com o lançamento direto de lixo no rio ou pelas chuvas, que arrastam a sujeira das ruas até a bacia do Pinheiros. Jaguaré, Itaim Bibi, Morumbi, Guarapiranga, Vila Olímpia, Panamby e Capão Redondo são alguns dos bairros próximos ao afluente de onde podem vir os detritos, afetando também os animais que vivem no entorno do rio, como capivaras e diversos tipos de pássaros.
“Esta ação do Lixômetro busca conscientizar a população que transita ao longo do rio e alertar aqueles que ainda descartam lixo de forma irregular. O Rio Pinheiros é o afluente mais importante do Rio Tietê, que forma a maior bacia hidrográfica do Estado. Como sociedade, temos a responsabilidade de preservar este importante recurso para as gerações futuras”, comenta a presidente da SP Águas.
O Lixômetro pode ser conferido no Parque Bruno Covas, próximo à Casa Conectada, na entrada sentido bairro Interlagos, via Marginal Pinheiros. O painel registra e exibe os dados de coleta de forma visível para o público.
Sobre o Rio Pinheiros
Ele é composto por dois canais: o superior, com 15 km de extensão, que vai da Usina de Pedreira até a Usina São Paulo (antiga Usina de Traição), e o inferior, com 10 km, que vai da Usina São Paulo até o encontro com o Rio Tietê, na Estrutura de Retiro, perto da Rodovia Castello Branco.
Apenas no Rio Pinheiros, foram retirados mais de 600 mil metros cúbicos de sedimentos nos últimos dois anos, que representam um investimento superior a R$ 93 milhões. Está em execução contrato de desassoreamento que prevê a remoção de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do rio, o equivalente a 50 mil caminhões cheios.
Por meio de parceria com a Emae, serão plantadas 100 mil mudas de árvores nativas formando um corredor ecológico de 100 quilômetros que vai das margens do Reservatório Billings ao Rio Pinheiros. As primeiras mudas já foram plantadas em ato no último dia 27 de março.