segunda-feira, março 31, 2025

O papel do ESG na Saúde e no bem-estar coletivo nas empresas

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A ESG (Ambiental, Social e Governança) tem sido um dos temas mais discutidos entre as lideranças empresariais, mas sua aplicação prática no cotidiano dos colaboradores ainda é pouco abordada. Um dos grandes desafios na cadeia de valor da Saúde é a eficiência, ou muitas vezes, a falta dela. Dessa forma, a necessidade de fazer a correlação entre sustentabilidade empresarial – ESG com Gestão Eficiente da Saúde.

Esse cenário precisa ser visto com atenção pelas empresas, pois, no Brasil, mais de 85% dos planos de saúde são empresariais. O reajuste médio desses planos foi de 22% em 2023 e de 25% em 2024, enquanto a inflação médica projetada para 2024 é de 14,1%, muito acima do IPCA de 3,86%. Diante desse panorama, é crucial que as empresas invistam em saúde preditiva para controlar custos e melhorar a eficiência operacional.

Tecnologia Preditiva como Solução

A adoção de tecnologia preditiva e cuidados preventivos pode reduzir custos com saúde em até 35%. Segundo Lourival Belizario, Gerente Administrativo e Financeiro da MOSO Venture Design Builder, entender as causas da inflação médica é fundamental para gestores e CFOs. Investimentos em predição permitem identificar de forma precoce as doenças, reduzem a necessidade de tratamentos caros e melhoram a qualidade de vida dos colaboradores.

Com tecnologias adequadas, como plataformas de predição na saúde, as empresas podem realizar análises e mapeamentos rápidos, de modo a conhecer o perfil de saúde de seus colaboradores. Essas plataformas olham para três principais resultados: avaliação do risco cardio-metabólico, análise da saúde física atual e previsão da saúde futura. Esses dados permitem a antecipação de diagnósticos e tratamentos, impactando positivamente toda a cadeia corporativa, especialmente, nas políticas preventivas e nos investimentos para o setor.

As soluções voltadas para a saúde trazem benefícios significativos para empresas, colaboradores e instituições de saúde. O uso de modelagem preditiva pode aumentar a eficiência dos sistemas de saúde em até 15%, transformando a abordagem do setor.

Para as empresas, a eficiência operacional é um dos principais ganhos, possibilita a implantação de soluções a baixo custo e sem necessidade de imobilização de capital. Investir em prevenção reduz custos ao evitar gastos excessivos com doenças crônicas. Outro ponto relevante é o compromisso com sustentabilidade e ESG por demonstrar responsabilidade social e cuidado com o bem-estar dos colaboradores.

Para os funcionários, os benefícios incluem a melhoria na qualidade de vida, já que diagnósticos precoces aumentam a longevidade e reduzem afastamentos. Funcionários saudáveis também tendem a ser mais engajados e produtivos, além de terem acesso rápido e conveniente a check-ups, sem impacto significativo na jornada de trabalho.

Já para as instituições de saúde, a descentralização do acesso amplia o alcance dos diagnósticos preditivos, permitindo que mais pessoas sejam atendidas de forma antecipada. Inclui-se a geração de novas receitas, com a expansão dos serviços e maior margem de lucro. A eficiência operacional também é aprimorada, com menos internações ou necessidade de exames invasivos, o que melhora o fluxo de atendimento e otimiza recursos.

Com a análise de dados e a inteligência artificial, as empresas conseguem priorizar a predição em vez do tratamento, reduzindo custos e promovendo um ambiente mais saudável para todos.

Lísia Buarque, sócia fundadora da WAC Global Tech e diretora de expansão nacional da Associação Brasileira de Startups de Saúde.

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