Historicamente, o Serpro sempre teve a preocupação e o cuidado em promover a acessibilidade em suas entregas, uma característica que faz parte do DNA da maior empresa pública de tecnologia do mundo. E ao longo dos últimos anos, a estatal brasileira de inteligência vem intensificando suas ações em torno dessa pauta e expandindo as questões de acessibilidade para as etapas preliminares de seus projetos.
Ariadne Fonseca, diretora de Negócios Econômico-Fazendários do Serpro, explica que a meta inicial estabelecida pela Estratégia Institucional era a de garantir que pelo menos 50% das novas soluções com interface web fossem acessíveis desde a sua concepção. Essa meta não apenas foi atingida, mas superada.
“No Serpro, a gente trata a acessibilidade digital desde o design da solução: ao começar a desenhar uma ferramenta, a gente já pensa como ela pode chegar a todas as pessoas, com suas diferenças e dificuldades. É uma matéria que temos destacado e priorizado. No ano passado, nosso planejamento estratégico instituiu a meta que 50% das novas soluções contassem com Acessibilidade by Design, número que foi superado: 100% das novas soluções já saíram totalmente acessíveis desde a sua concepção. Para este ano, a meta é que 80% dos projetos novos contem com Acessibilidade by Design, mas nossa diretoria continua buscando os 100%”, destaca Ariadne.
A coordenadora do Projeto Estratégico Ser ESG, Valéria Silva, responsável por sistematizar as entregas da empresa com foco na agenda Ambiental, Social e de Governança, detalha que essa realização faz parte do Plano de Ações ESG, integrando as iniciativas em curso no eixo Social, mais especificamente na dimensão Impacto Social nos Negócios, que tem como causa a entrega de Soluções Tecnológicas Sustentáveis e Responsáveis para a sociedade. O foco vai além do desenvolvimento de sistemas acessíveis, abrange também a inclusão digital e social, a equidade e a responsabilidade no uso da tecnologia.
Resultados comprovados
“Buscamos integrar avaliações de acessibilidade desde o início do ciclo de desenvolvimento das soluções, visando garantir que sejam acessíveis a todos os usuários. Os pilotos realizados em novos sistemas já levaram em consideração a abordagem de Acessibilidade By Design, mostrando a eficácia dessa condução”, reforça Valéria.
Os critérios específicos de avaliação foram baseados em padrões de acessibilidade estabelecidos e adotados mundialmente, como as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG). As medições foram feitas com a ferramenta Axe-core, biblioteca de testes de acessibilidade de código aberto que analisa websites e aplicações web para identificar os problemas e é considerada uma das principais ferramentas de testes de acessibilidade web.
O Relatório de Contexto ESG, na Página de Sustentabilidade do Serpro, revelou que 100% das novas soluções concluídas possuíam um Score de Acessibilidade acima de 95 pontos, em uma escala que vai de 0 a 100. “Nosso compromisso com a inclusão digital trouxe avanços significativos ao longo desses últimos dois anos e está deixando um legado diferenciado para o futuro da estatal”, conclui Valéria.
Capacitação e fortalecimento na cultura
Sérgio Kamache, assessor da Diretoria do Serpro e especialista em desenvolvimento de sistemas, indica que outra prática importante adotada pela empresa para treinar o olhar para a acessibilidade desde o momento do design da solução é a capacitação. “Capacitar é uma forma poderosa de afetar que todas as escolhas na construção do sistema, desde o início, apontem para a perspectiva da acessibilidade. Nos últimos anos treinamos mais de mil pessoas em acessibilidade e pretendemos treinar mais 350 pessoas em 2025”, adianta.
Em 2023, a empresa treinou mais de 600 empregados em acessibilidade digital, demonstrando o seu compromisso com essa causa. Em 2024, a capacitação realizada superou a meta inicial de 500 colaboradores, alcançando um total de 580 treinados. Em alguns aspectos mais práticos, 311 profissionais foram capacitados, ultrapassando os 300 previstos.
A implementação de metodologias e a padronização do Score de Acessibilidade garantiram que a empresa estabelecesse um modelo sólido para futuras iniciativas, avanço que também fortaleceu consideravelmente a cultura organizacional em busca de acessibilidade digital. “Além de utilizarmos ferramentas que ajudam a perceber os problemas de acessibilidade, temos os indicadores que avaliam o nível de acessibilidade das soluções. A meta deste ano ser de 80% não significa que só 80% dos novos sistemas terão acessibilidade, pois a gente trabalha com acessibilidade em todos. Mas o que buscamos é essa sensibilidade desde o nível do design, com práticas no desenvolvimento de software que viabilizam esse tratamento para todos desde o momento da sua ideação”, fundamenta Sérgio.
O monitoramento de soluções legadas também avançou. Dos 57 sistemas avaliados, 42 já apresentavam um nível de acessibilidade superior a 95 pontos. E é a partir dessa evolução contínua nesses indicadores que o Serpro reforça o seu compromisso em garantir que todos os cidadãos e cidadãs, independentemente de limitações, tenham acesso pleno e igualitário aos serviços digitais oferecidos pelo governo.
