A busca por eficiência operacional aliada à responsabilidade ambiental não é mais um diferencial, mas uma necessidade para empresas que desejam se manter competitivas. No setor logístico, a sustentabilidade tem se tornado um tema central, impulsionado por regulamentações ambientais mais rígidas, mudanças no comportamento do consumidor e a necessidade de redução de custos operacionais.
Tecnologias como o Yard Management System (YMS) ou sistema de gerenciamento de pátio – que coordena o fluxo de veículos no pátio, reduzindo tempos de espera e otimizando docas – e o Warehouse Management System (WMS) ou sistema de gerenciamento de armazém – que controla estoques, agiliza movimentações e melhora a acuracidade dos pedidos – tornam-se ferramentas indispensáveis nesse cenário. Juntos, melhoram a eficiência operacional, reduzem desperdícios e contribuem para ganhos ambientais e econômicos ao minimizar emissões e otimizar recursos.
A logística tradicional, baseada em um modelo de transporte e armazenagem pouco eficiente, é uma das principais responsáveis pelas emissões de carbono no setor. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o transporte de mercadorias representa cerca de 8% das emissões globais de CO₂. No Brasil, a dependência do modal rodoviário torna o impacto ainda mais expressivo, com 65% da carga transportada em caminhões movidos a diesel – um dos combustíveis mais poluentes. Pequenas ineficiências diárias, como longas filas de espera nos pátios logísticos e deslocamentos desnecessários dentro dos armazéns, agravam ainda mais esse cenário, elevando custos operacionais e ampliando a pegada ambiental das empresas.
A adoção de sistemas inteligentes tem se mostrado uma solução eficaz para mitigar esses problemas. Com um YMS, é possível reduzir em até 30% o tempo de espera dos caminhões no pátio, impactando diretamente a eficiência operacional e os custos logísticos. Isso ocorre porque a melhor organização da chegada e saída de veículos evita filas e gargalos, reduzindo o tempo de inatividade dos caminhões e otimizando o uso do espaço. Além disso, a gestão inteligente do tráfego interno minimiza deslocamentos desnecessários, tornando a operação mais ágil, segura e sustentável.
Nos armazéns, um WMS bem implementado reduz deslocamentos de empilhadeiras, otimiza o espaço e diminui desperdícios operacionais. De acordo com a Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), a automação desses processos pode reduzir em até 40% a necessidade de impressão de documentos e etiquetas, o que não apenas economiza recursos, mas também torna as operações mais rápidas e eficientes. Um estudo da McKinsey aponta que a digitalização da cadeia de suprimentos pode reduzir em até 50% os custos operacionais, ao mesmo tempo que melhora o nível de serviço e aumenta a satisfação dos clientes.
A pressão do mercado e das regulamentações ambientais tem acelerado essa transformação. Cada vez mais, consumidores e investidores buscam marcas comprometidas com práticas sustentáveis, tornando a logística verde um diferencial competitivo. As empresas que aderem a iniciativas de redução de carbono podem ter acesso a incentivos fiscais e condições mais vantajosas em linhas de crédito sustentáveis, fortalecendo ainda mais a posição no mercado.
A sustentabilidade na logística deixou de ser uma tendência e se tornou um requisito essencial para corporações que querem se manter relevantes. A implementação de soluções como YMS e WMS não apenas reduz emissões e otimiza recursos, mas também aumenta a competitividade das operações. Sendo assim, o futuro das empresas passa, inevitavelmente, pela capacidade de alinhar eficiência e responsabilidade ambiental.
Vitor Santos, Analista de Marketing da LogPyx.