domingo, março 23, 2025

Com projeção de crescimento de 25% para 2025, setor de eventos adota economia circular para minimizar impactos ambientais

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O setor de eventos no Brasil está em plena ascensão, com previsão de crescimento de 25% para 2025, segundo a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta). Esse avanço, no entanto, traz consigo um grande desafio: a geração de resíduos em larga escala. Diante desse cenário, a adoção de práticas sustentáveis baseadas na economia circular tem se tornado uma necessidade urgente.

O Brasil ocupa a quinta posição mundial em rentabilidade no setor, de acordo com a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), sendo o principal destino de eventos na América Latina. No entanto, a grande movimentação de público e a intensa produção de resíduos gerados ainda geram impactos ambientais significativos. Segundo o IBGE, três em cada dez municípios brasileiros ainda utilizam lixões para armazenar resíduos sem tratamento adequado, o que agrava problemas ecológicos e sanitários.

Embora soluções ambientais muitas vezes envolvam custos elevados, há uma crescente demanda do público por iniciativas que minimizem danos ecológicos. Projetos como o Recicla Junto, da Cristalcopo, são exemplos de como a economia circular pode transformar o setor. Desde 2019, o programa já engajou milhares de pessoas em eventos esportivos, culturais e corporativos, contribuindo para a reciclagem de 440 toneladas de resíduos. Para se ter uma ideia do impacto positivo desse número, se todas essas 440 toneladas recicladas fossem de plástico, isso evitaria a emissão de 629,2 toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e).

Essa redução reflete o papel essencial da reciclagem na mitigação das emissões de gases de efeito estufa e na preservação ambiental. Em termos ainda mais palpáveis, o impacto equivale ao consumo de eletricidade de 1.463 residências durante um ano. Números como esses demonstram que a economia circular vai além do reaproveitamento de materiais, ela tem o potencial de transformar hábitos, reduzir impactos ambientais e fortalecer um modelo de desenvolvimento mais sustentável.

“Criar um circuito de economia circular para os resíduos plásticos vai além da simples separação dos materiais. Reflete uma mudança de mentalidade, onde as pessoas, ao agirem de forma consciente, reduzem impactos ambientais, fortalecem a economia e criam um ecossistema sustentável para todos”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e fundador do Recicla Junto.

Iniciativas como a ação “Torcida Unida pela Sustentabilidade”, do Projeto Recicla Junto, demonstram como o engajamento coletivo pode impulsionar a reciclagem. Durante os jogos do Brasileirão no Estádio Heriberto Hülse, a ação reciclou aproximadamente 13.665 toneladas de plástico, papel e vidro. Em parceria com a ACAFOR (Associação de Catadores de Forquilhinha), o projeto não apenas promove a economia circular, mas também gera renda para trabalhadores da reciclagem, evidenciando a importância da colaboração entre organizadores de eventos, empresas de coleta e o público.

O impacto da economia circular no setor de eventos também ficou evidente na 28ª Maratona Internacional de São Paulo, onde a reciclagem não apenas evitou o descarte inadequado de resíduos, mas também gerou matéria-prima para novos produtos. Se grandes eventos adotassem práticas semelhantes, os benefícios ambientais e sociais seriam ainda maiores.

“O Recicla Junto busca transformar a realidade por meio do exemplo, mostrando que é possível reduzir os impactos ambientais com a economia circular. Nosso objetivo é promover a educação socioambiental, e o esporte tem se mostrado uma grande ferramenta para essa transformação. A torcida carvoeira, apaixonada e engajada, tem se destacado também pela sua participação no campo da sustentabilidade, contribuindo ativamente para o recolhimento de resíduos nas partidas de 2024”, destaca Augusto Freitas.

O futuro do setor de eventos no Brasil passa, inevitavelmente, por um compromisso maior com a sustentabilidade. A adoção de práticas de economia circular não só reduz impactos ambientais, mas também fortalece a conscientização coletiva e impulsiona um modelo de negócios mais responsável e inovado

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