quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Computadores para a Inclusão chega à marca de 50 mil alunos capacitados profissionalmente

Compartilhar

O estudante Arthur Leal, de 12 anos, é o formando número 50 mil do programa Computadores para a Inclusão, do Ministério das Comunicações. Com o sonho de ser engenheiro, o adolescente concluiu o curso de informática básica no Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), do ministério, que funciona no Instituto Nova Ágora de Cidadania, em Belém (PA).

Arthur é um dos inúmeros exemplos de transformações promovidas pela iniciativa. “Agora eu já consigo usar o Excel e o Word, digitar, pesquisar e fazer muitas coisas no computador, graças ao curso”, contou Arthur, ao receber o diploma número 50 mil.

O programa visa preparar jovens e adultos para o mercado de trabalho, com a oferta de cursos gratuitos de tecnologia nos CRCs localizados em 19 estados do país. “O computador é uma ferramenta muito importante, porque é uma fonte onde se pode estudar e adquirir sabedoria. Para ter um bom emprego e se manter nele, você precisa saber utilizar o computador”, disse Arthur.

A maioria das pessoas que passa pelo projeto é composta por jovens, que buscam uma oportunidade para transformar suas vidas por meio do uso das tecnologias. No entanto, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, explica que o programa vai além da capacitação técnica.

“O Computadores para a Inclusão promove a transformação de comportamento, de vida, e isso é tão importante quanto o aprendizado técnico para o mercado de trabalho”, ressalta o ministro. “Os cursos mantêm os jovens conectados com a educação, desenvolve habilidades e promove a inclusão digital.”

Transformações

O caso de Wesley da Silva, 30, é um dos muitos exemplos de mudança de vida. O jovem chegou a entrar no mundo do tráfico de drogas, mas, com a orientação de um amigo, mudou sua trajetória e ingressou no curso de manutenção de computadores, no CRC de São Paulo. Hoje, trabalha na mesma unidade, já foi promovido e se tornou motivo de inspiração para outros alunos.

“Eu estava em uma fase de querer um jeito fácil para arrumar dinheiro, mas Deus colocou a minha esposa no meu caminho, ela engravidou e eu precisei mudar de vida. Fiz o curso de manutenção de computadores, por indicação de um amigo, aprendi a recondicionar uma máquina e agora sou técnico sênior”, conta Wesley.

Outro exemplo é o de Kacia Raquel, 33, de Recife (PE). Ela fez o curso de informática básica, do programa do Ministério, e atualmente trabalha na prefeitura do município. Ela foi contratada como técnica de suporte, para fazer atendimento dos sistemas, acesso remoto, correção de falhas e orientações ao usuário.

Com o bom desempenho, Kacia foi promovida ao cargo de técnica de suporte pleno. “Foi no CRC onde percebi que aquele ambiente. Depois disso, fiz a faculdade de sistemas de informação e agora estou na pós-graduação de full stack e de processos”, revela a estudante, que planeja migrar para o ramo de programação e testes.

Superação

Érica Lima, 26, era catadora de lixo ao lado da família, em Manacapuru (AM), e viu no programa a chance de novas oportunidades. Ela ingressou no curso de informática básica, no CRC da região, e hoje trabalha como assessora parlamentar, na Câmara Municipal.

“Foi a melhor escolha naquele momento, porque mudou toda a minha trajetória”, avalia Érica. “Eu passei a ganhar salário no emprego que consegui com minha formação, porque catador não ganha salário, ganha centavos para sobreviver, e minha mãe deixou de comer para me ajudar com os estudos”, lembra a ex-catadora.

O Computadores para Inclusão também contempla a terceira idade. As pessoas idosas aprendem a usar computador, internet, smartphone e aplicativos. “Quem não se recicla acaba tornando-se analfabeto novamente, porque a tecnologia muda a cada momento”, ensina Carminda Candida, de 72 anos. “Nunca é tarde para aprender e transmitir conhecimento. Faço tudo em casa, e peço meu Uber. Agora é só ligar o aplicativo, chegou”, completa.

Sobre o programa

Desde sua criação, em 2010, o programa Computadores para a Inclusão já ofereceu 226 cursos. Entre as disciplinas estão: informática básica, intermediária e avançada; manutenção e recondicionamento de computadores; montagem; desenvolvimento e programação; software e empreendedorismo; e mídias digitais.

Os cursos são combinados com práticas criativas, aprendizado multidisciplinar baseado em experiências, novas metodologias de ensino e recursos pedagógicos lúdicos.

Qualquer pessoa pode se matricular nos cursos gratuitos do Ministério das Comunicações. Ao final do ensino, os alunos recebem os diplomas em uma cerimônia de formatura. As inscrições são feitas presencialmente nos Centros de Recondicionamentos de Computadores (CRCs). É necessário levar RG, CPF e comprovante de residência.

Leia Mais

Outras Notícias