As queimadas são uma prática comum em várias regiões do Brasil, especialmente para o preparo do solo para a agricultura ou a pecuária. No entanto, essa prática tem consequências ambientais significativas, especialmente no que diz respeito à emissão de dióxido de carbono (CO₂) e ao efeito estufa.
Isso porque, as queimadas liberam grandes quantidades de CO₂ na atmosfera. Quando a vegetação queima, o carbono armazenado nas plantas é rapidamente convertido em gás, aumentando a concentração de CO₂. Estima-se que as queimadas sejam responsáveis por uma parte significativa das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, contribuindo para o aquecimento global.
Além das emissões diretas, as queimadas resultam na destruição de florestas e vegetações nativas que atuam como sumidouros de carbono. Essas áreas são essenciais para a absorção de CO₂, e sua destruição reduz a capacidade do Brasil de mitigar as mudanças climáticas. Com menos vegetação para capturar carbono, a atmosfera torna-se cada vez mais saturada de gases de efeito estufa.
As queimadas não apenas aumentam as emissões de CO₂, mas também afetam a biodiversidade. A destruição de habitats prejudica espécies nativas e pode levar à extinção de plantas e animais. A perda de biodiversidade tem repercussões diretas sobre os ecossistemas, tornando-os menos resilientes às mudanças climáticas e aumentando a vulnerabilidade a eventos extremos.
O aumento das emissões de CO₂ contribui para o aquecimento global, que, por sua vez, afeta os padrões climáticos. Isso pode resultar em secas mais severas e em um ciclo de retroalimentação onde as condições climáticas adversas aumentam a frequência e a intensidade das queimadas. As mudanças nos ciclos hídricos podem agravar a situação, criando um ambiente propício para incêndios florestais.
As queimadas também têm um impacto direto na saúde pública. A fumaça gerada pode afetar a qualidade do ar, causando problemas respiratórios e agravando condições como asma e bronquite. Essa situação se torna ainda mais crítica em áreas urbanas, onde a poluição do ar pode ter efeitos devastadores sobre a saúde da população.
Assim, os impactos das queimadas no aumento de CO₂ no Brasil são complexos e multifacetados. Além das emissões diretas de gases de efeito estufa, as queimadas comprometem a capacidade do país de atuar como um sumidouro de carbono, afetam a biodiversidade e a saúde pública, e agravam as mudanças climáticas. Para enfrentar essa questão, é essencial implementar políticas eficazes de combate às queimadas, promover práticas agrícolas sustentáveis e fortalecer a fiscalização ambiental. A proteção dos ecossistemas brasileiros não é apenas uma questão ambiental, mas uma necessidade urgente para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.
Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno, advogada especialista em Direito Ambiental e Regulatório, sócia e fundadora do escritório Renata Franco Sociedade de Advogados.