A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, teve suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi). A BRF torna-se a primeira companhia do setor de alimentos do Brasil a ter metas aprovadas de acordo com a nova metodologia FLAG, sigla em inglês para florestas, uso da terra e agricultura.
O novo compromisso da companhia é reduzir em 51% as emissões diretas de suas operações (escopos 1 e 2), incluindo as emissões geradas pelas fábricas, centros de distribuição e o consumo de energia nas operações próprias, até 2032. Já para as emissões indiretas, que abrangem a cadeia de valor (escopo 3), responsável por 98% das emissões da empresa, a meta é a reduzir 35,7%, também até 2032, com o desafio de se tornar uma companhia NetZero, neutralizando suas emissões residuais.
FLAG
Apesar de responsável por aproximadamente 20% das emissões globais, o setor mundial de Florestas, Terras e Agricultura (FLAG) tem o potencial de absorver uma quantidade significativa das emissões existentes da atmosfera. Sabendo de sua importância no cumprimento das metas do Acordo de Paris, a SBTi publicou, em setembro de 2022, um guia com direcionamentos para definição de meta baseada na ciência para empresas que fazem parte desse setor, exigindo a contabilização das emissões FLAG e fornecendo caminhos para a descarbonização de acordo com o cenário de 1,5 graus Celsius.
A limitação ao cenário de 1,5ºC e a incorporação das emissões FLAG ao inventário de BRF, como as emissões da criação animal e as emissões da mudança do uso do solo na originação dos grãos, tornam as metas da companhia ainda mais ambiciosas. “A adesão a metodologia FLAG reforça o comprometimento da companhia com a melhoria contínua e o aprimoramento constante da contabilização das suas emissões”, afirma Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da BRF.
Frentes de ação
Para cumprir suas metas, a BRF possui o Plano NetZero, iniciativa estratégica baseada em quatro frentes de ação: o comprometimento com uma cadeia de fornecimento, direta e indireta, livre de desmatamento; o fomento à uma agropecuária de baixo carbono, conciliando produção e conservação ambiental; a transição para uma matriz energética renovável; e o aumento da eficiência operacional, buscando otimizar o consumo de recursos energéticos e a adoção de tecnologias de menor emissão em nossas operações, e a companhia deu passos concretos nessa direção.
Desde 2023, a BRF monitora 100% de seus fornecedores diretos de grãos. Nos indiretos, alcançou o marco de 90% em 2024, com a meta pública de atingir 100% até 2025. Na frente de energia renovável, com parcerias firmadas desde 2021 com a AES Brasil e Power China — antiga Pontoon — para a construção dos parques eólico e solar, respectivamente, a BRF vêm avançando em direção ao seu compromisso de ter 100% energia elétrica renovável até 2030 (50% de energia elétrica já vem de fontes renováveis).
Com o objetivo de integrar os produtores à agenda de sustentabilidade, a companhia firmou parcerias com instituições financeiras a fim de custear a instalação de painéis solares nas propriedades de seus integrados. Atualmente mais de 1.500 produtores já estão produzindo com energia solar. Além da vantagem ambiental, a migração tem proporcionado a e eles uma redução média de 95% no custo de energia. O total gerado nessas propriedades equivale ao consumo de uma cidade de 230 mil habitantes. “Estamos atuando em parceria com nossos fornecedores e integrados, engajando-os em nossa jornada pela redução das emissões de gases de efeito estufa”, completa Paulo Pianez.