quarta-feira, janeiro 15, 2025

CBA é primeira mineradora em Minas Gerais a receber declaração de recuperação de área minerada com conservação ambiental

Compartilhar

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) é a primeira mineradora a receber a Declaração de Recuperação Ambiental de Áreas Mineradas, emitida pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) do Estado de Minas Gerais, atestando que as áreas utilizadas para mineração de bauxita, no munícipio de Descoberto, Zona da Mata mineira, estão plenamente recuperadas e restauradas.  

Desde a promulgação da Deliberação Normativa COPAM nº 220, de 2018, esta é a primeira Declaração de Recuperação emitida no Estado a uma mineradora para atestar uma área de restauração florestal com plantio de espécies nativas da Mata Atlântica, após a mineração. O projeto da CBA se diferencia pelo foco em “Agropecuária e Restauração – Conservação Ambiental”, cujo processo de reabilitação ambiental permite o retorno da atividade agrícola e da mata nativa, com ganhos de produtividade e ambientais. Áreas antes ocupadas com pastagem são mineradas e recuperadas, voltando a ser produtivas em sua atividade original, assim como nas áreas de mata, que, com os trabalhos de restauração florestal, conservam a biodiversidade.

“Este é um exemplo claro de que a mineração pode e deve caminhar lado a lado com a atividade rural e o meio ambiente. Este feito reforça a importância de práticas sustentáveis na mineração e demonstra como é possível alinhar atividades econômicas com a conservação ambiental”, afirma o gerente de Mineração das Unidades da Zona da Mata mineira, Christian Fonseca de Andrade.

Esta é mais uma ação que confirma o compromisso da CBA com a sustentabilidade e a -conservação ambiental, solidificando seu papel como líder na implementação de práticas ESG e servindo como inspiração para o setor. 

Estudos e resultados

Estudo realizado em parceria com a Universidade Federal de Viçosa – UFV na área utilizada para mineração de bauxita em Descoberto aponta que o reflorestamento com plantio de mudas nativas está favorecendo o processo de restauração da área minerada, por meio da cobertura e proteção do solo, criando uma área mais adequada para o estabelecimento de espécies nativas. 

Dentre os principais bioindicadores utilizados pela equipe do Laboratório de Restauração Florestal (LARF) da UFV para avaliação desta área destacam-se a regeneração natural, serrapilheira (com produção anual de 6.772 kg/ha), banco de sementes do solo, composição de espécies de plantas, biomassa, estoque de carbono e monitoramento de fauna. Nas avaliações do banco de sementes do solo emergiram 2.489 plântulas (nova planta que surge da semente após germinação), pertencentes a 69 espécies. Além do inventário que amostrou 1.664 indivíduos arbóreos, pertencentes a 64 espécies, nas avaliações de regeneração natural, nesta área foram encontrados 705 indivíduos regenerantes, pertencentes a 80 espécies.

De acordo com o coordenador do LARF, professor Sebastião Venâncio Martins, a restauração das áreas mineradas e de áreas de compensação na região de Descoberto e Itamarati de Minas tem sido o diferencial da Mineração Sustentável realizada pela CBA. 

“A maioria das espécies apresenta síndrome de dispersão zoocórica, ou seja, são atrativas à fauna. Estes resultados indicam que as espécies plantadas estão contribuindo para a recuperação do solo, na troca contínua de nutrientes e para o restabelecimento dos processos ecológicos na área”, afirma o professor. 

Já o monitoramento de fauna nesta área foi realizado por meio de levantamentos de aves, no qual foi utilizado o método de busca intensiva, que constitui em percorrer por completo as áreas de estudos para observação direta das espécies, com base na visualização ou no reconhecimento do canto, além do registro de mamíferos e répteis com câmeras trap.

No levantamento da avifauna, foram registradas 53 espécies. Ainda segundo o professor, a presença de aves dispersoras de sementes é um “excelente indicador” de que as ações de restauração na área estão contribuindo para o aumento da diversidade ecológica e conservação da biodiversidade, sinalizando que essas espécies podem estar facilitando a chegada de sementes provenientes de outros locais, o que auxilia nos processos de sucessão e restauração. Além disso, a presença de aves com diferentes hábitos alimentares indica que a área apresenta ampla oferta de alimentos e contribui para o restabelecimento das relações funcionais entre fauna e flora. Destaca-se também a presença de espécies que se alimentam de néctar, as quais desempenham um papel essencial na polinização de diversas espécies vegetais. 

Em complemento, as câmeras trap possibilitaram o registro de espécies de mamíferos de grande importância ecológica, tanto de presas como de predadores, com destaque para coelho silvestre (Sylvilagus brasiliensis), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), irara (Eira barbara), jaguatirica (Leopardus pardalis), paca (Cuniculus paca), quati (Nasua nasua), entre outras. 

“A presença de uma fauna diversificada na área sinaliza que a mesma foi restaurada com sucesso e está cumprindo um papel ecológico importante na conservação de espécies da fauna e da flora, na recuperação e proteção do solo e na promoção da conectividade com fragmentos florestais da paisagem. Portanto, estes resultados reforçam que a sustentabilidade ambiental da mineração de bauxita é possível e viável de ser atingida”, conclui o professor Venâncio.

Leia Mais

Outras Notícias