quarta-feira, janeiro 15, 2025

DuPont lança projeto para reciclagem e destinação correta de coletes balísticos e blindagem automotiva no Brasil

Compartilhar

A DuPont, líder em tecnologia de materiais, em parceria com o SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), lançou um programa de economia circular para a avaliação técnica e a recomendação de empresas brasileiras que reciclam produtos de proteção pessoal, como coletes balísticos e placas de blindagem automotiva que contêm Kevlar.

O projeto tem como foco rastrear a correta destinação de produtos que usam fibras de para-​aramida como o Kevlar, da DuPont, uma fibra sintética resistente ao calor, reconhecida por sua resistência e durabilidade. Com isso, o projeto busca incentivar a economia circular, atender as exigências da nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021, que entrou em vigor em 2024) e impedir o destino irregular, tanto do ponto de vista ambiental quanto do que preconiza o Exército Brasileiro, que define como mandatória a destruição sem possível reuso como material controlado para proteção balística.

“O processo inclui a criação de um relatório técnico, com revalidações anuais, que referencia oficialmente as empresas recicladoras. Esse relatório é elaborado com base em auditorias presenciais, análise de documentos e um formato de inspeção definido”, explica Rodrigo Kurek, gerente do Instituto SENAI de Tecnologia do SENAI CETIQT.

“Nós recomendamos que o CETIQT avaliasse uma série de critérios para recomendar os recicladores, que abrangem condições de trabalho, conformidade com normas locais, saúde e segurança ocupacional, além do controle de origem e rastreabilidade dos materiais reciclados. Entre os requisitos estão o cumprimento da legislação trabalhista, fornecimento de equipamentos de proteção, planos de resposta a emergências e validação das práticas de reciclagem e produção”, diz Marcelo Fonseca, líder do Negócio de Defesa da DuPont para a América Latina.

Conscientização

De acordo com Fonseca, empresas e órgãos públicos que compram e usam o Kevlar® e outras para-​aramidas na produção/uso/instalação de coletes balísticos e placas de blindagem automotiva precisam se conscientizar de que são responsáveis por todo o ciclo do produto, da aquisição até o descarte adequado.

“Muitas vezes, os produtos são enviados a terceiros sem que seu destino seja conhecido ou acabam sendo incinerados, o que não é uma solução sustentável. Isso quando não são descartados irregularmente”, alerta o especialista.

Como é a reciclagem?

Em coletes e placas feitos apenas de Kevlar®, há um processo de moagem, no qual ocorre a descaracterização mecânica do material. A fibra de Kevlar® reciclada é, então, aproveitada na cadeia produtiva do setor de transportes, sendo utilizada em componentes como pastilhas de freio, para citar um exemplo de aplicação alternativa.

Já quando o produto em aramida tem em sua composição algum tipo de resina, o processo é um pouco mais complexo, mas também reaproveitado, garantindo uma solução sustentável.

Duas empresas já foram recomendadas pelo projeto: a Flocofibra e o Grupo Primaplast, especialistas no trabalho com fibras especiais. “A transparência e as boas práticas de gestão são pilares desse processo, assim como o compromisso com políticas de sustentabilidade e rígidos padrões ambientais”, conclui Fonseca.

O SENAI CETIQT, criado em 1943 na cidade do Rio de Janeiro, é responsável pela formação profissional e a prestação de serviços orientados à cadeia produtiva do setor químico e têxtil. Seu objetivo é aumentar a competitividade da indústria brasileira e a sua inserção no mercado global.

Leia Mais

Outras Notícias