No mês em que se celebra o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3/12) a pesquisa “Radar da Inclusão: mapeando a empregabilidade de Pessoas com Deficiência” realizada em parceria da Talento Incluir, Instituto Locomotiva, Pacto Global e a iO Diversidade, revela dados exclusivos sobre a empregabilidade das pessoas com deficiência e neurodivergentes: 9 em cada 10 pessoas entrevistadas que estão ativamente na força de trabalho já enfrentaram situações de capacitismo no ambiente profissional. Entre os principais relatos:
75% ouviram comentários capacitistas;
64% sofreram preconceito, discriminação ou capacitismo de um superior;
62% sofreram preconceito, discriminação ou capacitismo por parte de colegas de equipe;
54% sofreram preconceito, discriminação ou capacitismo de um (a) colega de outra área
51% foram desqualificados (as);
49% deixaram de ser promovidos;
34% sofreram preconceito, discriminação ou capacitismo de cliente, fornecedor e/ou parceiros.
A maioria dos profissionais que responderam à pesquisa e enfrentaram situações de capacitismo no ambiente de trabalho (84%) estavam empregados em uma empresa no momento do ocorrido. No entanto, apenas 35% dessas pessoas relataram o episódio à empresa, e, entre aqueles que o fizeram, 4 em cada 10 afirmaram não se sentir respeitados ou acolhidos.
Entre as que não relataram à empresa (65%), os principais motivos foram: medo de demissão ou retaliação (38%); por acreditar que não iria dar em nada (29%).
Além disso, a pesquisa revela que 8 em cada 10 entrevistados já se sentiram prejudicados no mercado de trabalho por ser uma pessoa com deficiência e/ou neurodivergente.
Embora a maioria dos respondentes na força de trabalho (76%) afirmem que ser uma pessoa com deficiência e/ou neurodivergente não interfere ou até contribui positivamente para a execução do trabalho, 6 em cada 10 reconhecem que essa condição pode impactar negativamente as chances de ter um bom emprego.
A pesquisa “Radar da Inclusão: mapeando a empregabilidade de Pessoas com Deficiência” foi realizada em nível nacional, no período de 20/10 a 3/11 deste ano e ouviu 1.230 pessoas com 18 anos ou mais, que se declararam com deficiência ou neurodivergência.
As respostas apuradas na pesquisa têm como meta ajudar na construção e promoção de políticas públicas e privadas, identificação de barreiras que atrapalham a inclusão, criação de um ambiente de trabalho mais justo e abrir oportunidades para profissionais com deficiência.
Os dados apurados pela pesquisa indicam que a inserção de pessoas com deficiência e/ou neurodivergentes no mercado de trabalho ainda enfrenta muitos desafios. Os avanços só serão possíveis a partir da ampliação da representatividade por parte das empresas, tanto no cumprimento da lei, quanto na criação de metas relacionadas ao acolhimento e inclusão.
Ao decidir pelo não cumprimento da Lei de Cotas, e considerar no orçamento anual o valor da multa, a empresa impacta negativamente a sua imagem de marca empregadora, por exemplo. Em contrapartida algumas empresas aproveitam o impulso da legislação e passam a contribuir com a mudança desse cenário, investindo no desenvolvimento das pessoas, em programas de aceleração de carreira, realização de ações de letramento contínuo e inclusão da perspectiva desse grupo social no compliance das empresas.