Uma parceria pioneira uniu a MORFO e a Future Climate que pretendem somar suas expertises para atender à crescente demanda por créditos de carbono baseados em reflorestamento, além de realizarem investimentos em inovação para dar larga escala à restauração ambiental. A fase inicial deste projeto começou na semana passada de modo experimental na Fazenda do Jacarandás, uma área de Mata Atlântica no interior de São Paulo, com planos de expansão para 1.100 hectares como parte do projeto Rio Preto a ser feito em outra instância.
“É a primeira incursão da MORFO no mercado de carbono”, afirma Adrien Pages, CEO da MORFO, que já desenvolve projetos nos setores de mineração, celulose e papel, agricultura e iniciativa pública. Já a Future Climate, grupo de negócios climáticos com experiência em projetos REDD+, faz suas primeiras incursões em projetos ARR (Arborização, Reflorestamento e Restauração). “Estamos muito entusiasmados em unir forças com a MORFO nesta parceria pioneira e estimamos bons frutos da junção entre inovação e experiência técnica em engenharia florestal”, diz Marcelo Haddad, diretor de Reflorestamento da Future Climate.
De um lado, a Future Climate apoia a parceria com sua experiência e conhecimento técnico em desenvolvimento de projetos de carbono. Do outro, a MORFO traz inovação ao mercado. A Greentech desenvolveu e patenteou uma metodologia única de reflorestamento em larga escala em quatro etapas: análise do solo, seleção de espécies, plantio de sementes encapsuladas e monitoramento. O uso de drones na etapa de plantio eleva a capacidade de cobertura de área para até 50 hectares por dia com uma equipe de duas pessoas. Esse uso também permite reduzir os custos em até 50% em grandes áreas. Sobre a adoção de sementes no lugar do plantio manual de mudas, os resultados de um projeto experimental no sul da Bahia atestaram em campo os resultados obtidos anteriormente em laboratório, como a taxa de sucesso de 80% das espécies e uma densidade superior a mil sementes por hectare. A abordagem garante ainda o alinhamento das curvas de carbono às metas do projeto, otimizando a captura de carbono para certificação sob padrões como VERRA. “Além de dar escalabilidade aos projetos, elemento crítico nos esforços globais de reflorestamento, o método reduz o ponto de equilíbrio em três anos, reduzindo, consequentemente, os custos” diz Adrien Pages, CEO da MORFO.
O objetivo do projeto Rio Preto é restaurar 3.000 hectares iniciando com 1.100 hectares de terra degradada com espécies nativas. A nova floresta deve permitir também a restauração dos cursos naturais de água e a capacidade de retenção no solo. Outra expectativa do projeto é o retorno da biodiversidade ao local. “Esta parceria pode se tornar um ponto de mudança para a restauração florestal, permitindo projetos que sejam antes de tudo ambientalmente sustentáveis, mas que estabeleçam um novo patamar de viabilidade econômica, fator crucial para ampliar esforços de restauração em todo país”, completa Pages.
Segundo Marcelo Haddad, diretor de projetos de Reflorestamento da Future Climate, essa parceria visa revolucionar a restauração florestal e a geração de créditos de carbono, pois otimiza o planejamento e a execução das atividades no campo, tornando-a mais rápida e eficiente. Ele destaca ainda que o uso de drones no plantio viabiliza a restauração de áreas de difícil acesso, além de reduzir custos operacionais e aumentar a eficácia de projetos de recuperação florestal, especialmente em grandes áreas, incrementando o potencial de remoção de carbono pelo crescimento da vegetação. “Nosso objetivo é que essa parceria seja um exemplo transformador para o setor de reflorestamento, abrindo novos horizontes para essa demanda latente”, afirma Haddad.