O novo relatório ‘Compreendendo a Escassez de Talentos: IA e Equidade’ da Randstad mostra que pessoas com deficiência estão à frente na adoção de inteligência artificial (IA) no ambiente profissional. A tecnologia, antes vista como um desafio para muitos, está sendo utilizada por esses profissionais como ferramenta para aumentar a produtividade e conquistar novas oportunidades. No entanto, a pesquisa também revela a necessidade de mais investimentos em treinamento e inclusão para que todos possam aproveitar os benefícios da IA.
Os dados do relatório apontam que os talentos com deficiência estão à frente na utilização da inteligência artificial, com 55% utilizando a tecnologia no trabalho, ao contrário de apenas 41% das pessoas sem deficiência. O estudo revela, ainda, uma disparidade significativa na percepção dos benefícios da IA nos países em desenvolvimento. Enquanto 68% dos profissionais com deficiência na Índia e 65% no Brasil relatam maior acessibilidade a funções graças à IA, nos EUA, Alemanha e Holanda esses índices ficam em 43%, 37% e 37%, respectivamente. Essa diferença se explica, em grande parte, pelas taxas de adoção da IA no mercado de trabalho, que são significativamente mais altas no Brasil e na Índia (ambos 69%) do que nos países desenvolvidos (EUA: 40%, Alemanha: 42%, Holanda: 36%).
O uso da ferramenta se estende ao desenvolvimento de carreira, já que 51% dos profissionais com deficiência relatam utilizar IA para candidaturas a empregos, em comparação com 27% dos demais profissionais. Apesar disso, 57% dos trabalhadores com deficiência relatam depender de treinamento externo para desenvolver habilidades em IA, em comparação com 41% dos colaboradores sem deficiência. O levantamento foi feito com 12.500 pessoas, na Europa, Ásia-Pacífico e América.
Investir em oportunidades de treinamento equitativas suficientes é um caminho necessário para as empresas que desejam reter talentos qualificados e mantê-los motivados, visto que cerca de 29% dos trabalhadores com deficiência dizem que deixariam seus cargos se os empregadores falhassem em oferecer atualização de habilidades em IA. Esse número é mais de 1,5 vezes a taxa de seus colegas sem deficiência, segundo o estudo.
De acordo com Maria Luiza Nascimento, CHRO da Randstad no Brasil, a disputa por talentos é real, e a desigualdade na adoção e capacitação em inteligência artificial agrava ainda mais esse cenário. “O estudo nos proporcionou entender que profissionais com deficiência estão à frente na utilização da inteligência artificial para impulsionar a produtividade e encontrar soluções inovadoras para desafios complexos. Diante desse potencial inexplorado, as empresas devem agir rapidamente para oferecer suporte personalizado e inclusivo a esses talentos. Ao fazer isso, não só abrem portas para novas possibilidades, como também mitigam a crescente demanda por profissionais qualificados”, alerta.
As barreiras sistêmicas, contudo, não deixam de ser uma problemática para a equidade no ambiente de trabalho para pessoas com deficiência, o que gera impacto significativo na vida desses profissionais. Mais da metade deles (51%) busca por maior acessibilidade, e quase 40% já foram vítimas de discriminação. Esses dados revelam que as empresas estão perdendo talentos e oportunidades de inovação ao não criar ambientes de trabalho inclusivos. Conjuntamente à qualificação para uso da IA, é fundamental que as organizações reconheçam a importância da diversidade e adotem medidas para garantir que todos os colaboradores se sintam valorizados e engajados.
Para acessar o relatório completo, acesse o site oficial da Randstad.