quinta-feira, dezembro 26, 2024

ESG no M&A: mercado de tintas, solventes e reciclagem ganham destaque

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Com a perspectiva do aumento de transações de fusões e aquisições no Brasil para o próximo ano, os fatores ESG ganham cada vez mais relevância neste cenário, tendo em vista que organizações com boas práticas neste âmbito têm melhores resultados em longo prazo.

As fusões e aquisições são um método estratégico para que os negócios fortaleçam sua presença e diversifiquem seus produtos. Um bom plano de ESG consegue aumentar o valor de mercado de uma organização, maximizando as oportunidades de crescimento, o acesso a financiamento, o sucesso em licitações e a valorização das ações. Portanto, os aspectos ESG são cruciais na avaliação da atratividade e no valuation para a realização de uma transação de M&A’, explica o especialista Franklin Tomich, sócio da FT Aquisições.

No Brasil, a adoção de práticas ESG tem crescido de forma expressiva, com investidores considerando não só a rentabilidade na hora de investir, mas também o impacto ambiental, social e de governança do negócio. Por isso, setores como o de tintas, solventes e reciclagem são alguns do que vêm ganhando cada vez mais destaque e se aquecendo dentro de M&A.

As iniciativas de reciclagem de tintas e solventes também têm avançado significativamente em nosso país. Muitas empresas desses setores têm se comprometido em desenvolver novas tecnologias e métodos que promovam a sustentabilidade e a redução dos impactos ambientais decorrentes do descarte inadequado desses materiais.

Dados da ChemQuest indicam que o consumo mundial de tintas e vernizes chegou a 47 bilhões de litros em 2022, gerando US$ 192 bilhões em vendas, e que a previsão, é que essa demanda pode subir a 52,9 bilhões de litros em 2026, chegando a um faturamento de US$ 234 bilhões.

‘O mercado de fusões e aquisições tem vivido um momento de aquecimento em nosso país, impulsionado pelo ambiente de negócios favorável e pela crescente digitalização da economia. Com isso, esse encontro entre M&A e ESG tem se mostrado um campo fértil para a geração de valor. Cada vez mais, as organizações estão entendendo que a adoção de práticas ESG pode ser um diferencial competitivo na hora de uma transação desse tipo’, ressalta Tomich.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe – estima-se que o mercado de gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil terá demanda de investimento de quase R$ 30 bilhões até 2040. Números como esse, mostram que aumentar a consciência ambiental está se tornando cada vez mais imprescindível para impulsionar o crescimento de mercado.

No mercado de tintas e solventes, as tecnologias relacionadas à reciclagem têm evoluído rapidamente, levando a soluções mais eficientes e econômicas. O conceito de economia circular vem ganhando cada vez mais espaço, com esses materiais sendo reinseridos no ciclo produtivo e criando, inclusive, novas oportunidades de negócios.

Outra importante vantagem da reciclagem de materiais é a economia de matérias-primas, pois a recuperação e reutilização dos mesmos diminui a necessidade de extração de novos recursos, contribuindo assim, para a preservação dos recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental causado pela atividade de extração.

De acordo com o profissional da FT Aquisições, ‘a transparência e os mecanismos de governança são extremamente valorizados pelos investidores, por isso, cada vez mais os gestores devem se dedicar as preocupações relacionadas à ESG e ao atendimento dos interesses de todos os stakeholders envolvidos’.

Os negócios que souberem navegar por esse cenário terão uma grande vantagem competitiva no futuro, não só sobre a atração de investimentos, mas também para garantir sua sustentabilidade em longo prazo, abrangendo além da preservação ambiental, aspectos econômicos e sociais.

Franklin Tomich, sócio da FT Aquisições.

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