As empresas brasileiras deram um salto significativo no avanço da adoção de práticas ESG em 2024, com 71% começando a implementar as medidas, de acordo com um estudo realizado pela Amcham Brasil – Câmara Americana de Comércio para o Brasil. O impacto positivo no meio ambiente e em questões sociais é uma das principais razões para esse movimento, destacado por 78% das companhias. Além disso, os investimentos nesse setor estão crescendo: até 2030, espera-se que os ativos globais em ESG ultrapassem US$ 40 trilhões, conforme relatado pela Bloomberg Intelligence.
À medida que as empresas e organizações continuam a assumir compromissos de sustentabilidade e buscam estratégias e ferramentas para ajudar a cumprir suas metas ESG, muitas estão adotando também edifícios sustentáveis para atingir esses objetivos. A adesão de padrões e práticas de construção sustentável, como as do sistema de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) – programa de certificação de construção verde mais amplamente utilizado –, ajuda os proprietários a medir e gerenciar o desempenho de seus imóveis, priorizar a eficiência dos edifícios, reduzir custos operacionais e aumentar o valor dos ativos. O Brasil, por exemplo, já se posicionou como líder latino-americano em padrões LEED, com mais de 1.000 projetos certificados.
A versão mais recente da certificação, o LEED v5, aborda necessidades urgentes de ESG para as empresas, como a necessidade urgente de neutralizar as emissões de carbono, com critérios mais robustos para o desempenho energético dos edifícios, promoção da circularidade nos materiais de construção e destaque do impacto social positivo, abordando não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também o bem-estar dos ocupantes e das comunidades locais. O primeiro projeto no mundo a obter essa certificação é brasileiro: a loja Portobello Jardim Social em Curitiba. Ela recebeu a certificação Platinum para edifícios existentes, focando na otimização das operações diárias, redução do impacto ambiental, aumento da eficiência energética e de recursos e criação de ambientes mais saudáveis para os ocupantes, por meio do LEED para Operações e Manutenção (O+M).
Segundo Luis Caliman, Coordenador de Arquitetura e Presidente do Comitê ESG da Portobello Shop, “essa nova certificação reafirma nossa liderança na transformação sustentável da indústria da construção, bem como o compromisso e o trabalho da Portobello para aumentar a conscientização sobre a agenda ESG”.
Além disso, “o fato de que o primeiro projeto LEED v5 seja no Brasil demonstra como o país continua a ser um líder em construção sustentável, não apenas na região, mas também no mundo. Projetos e organizações brasileiras estão ajudando a moldar o novo sistema de certificação e mostrando como ele pode ser aplicado a qualquer tipo de projeto”, destacou Sandrino Beltrane, Diretor de Desenvolvimento de Negócios do Green Business Certification Inc. (GBCI) no Brasil.
Atendendo às demandas do mercado por maior responsabilidade, o LEED v5 promoverá soluções para alinhar o ambiente construído com imperativos críticos, incluindo descarbonização, qualidade de vida e conservação e restauração dos ecossistemas.
No mês passado, o U.S. Green Building Council (USGBC) encerrou um segundo período de comentários à nova versão da certificação e entrará nas etapas finais de desenvolvimento. No início deste ano, a organização recebeu mais de 6.000 comentários de usuários do LEED em todo o mundo durante o primeiro período das considerações. Esses comentários foram revisados e respondidos por voluntários e funcionários do selo responsáveis pelo sistema de certificação, e foram considerados em versões atualizadas dos sistemas de classificação. A versão final do LEED v5 será lançada em 2025.