quinta-feira, novembro 21, 2024

ABDI lança nova fase do Recircula Brasil na COP29, em Baku

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A solução pioneira que reduz a poluição plástica no Brasil e promove a reciclagem e a circularidade chegou a uma nova fase. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) lançou a Plataforma Recircula Brasil 2.0 nesta sexta-feira, 15/11, durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão.

Nesta nova fase, além do plástico, a plataforma passa a acompanhar, em parceria com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a jornada do alumínio reciclado.

Com um sistema de rastreabilidade de resíduos a partir de notas fiscais eletrônicas, a ferramenta registra desde a origem até a reinserção da matéria-prima na fabricação de novos produtos.

“Essa expansão reforça o compromisso da plataforma com a economia circular e a circularidade de recursos em diferentes indústrias, alinhando-se diretamente às metas da política industrial brasileira. Além disso, já estamos iniciando conversas com outros setores produtivos para ampliar o escopo do Recircula Brasil e apoiar o cumprimento de políticas públicas e compromissos ambientais”, reforçou a gerente da unidade de Nova Economia e Indústria Verde e responsável pelo Recircula Brasil, Talita Daher.

Primeira plataforma brasileira a certificar efetivamente a circularidade dos materiais, a Recircula Brasil foi reconhecida como modelo de excelência no combate à poluição plástica em documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (PNUMA/ONU).

Essa nova fase consolida o Brasil como referência mundial em rastreabilidade de materiais e reforça o compromisso do país com as metas da Nova Indústria Brasil (NIB).

Desde o início da fase piloto, o Recircula Brasil já verificou mais de 20 mil toneladas de resíduos plásticos rastreados na indústria nacional. A partir do lançamento dessa nova fase, a expectativa é atingir índices muito maiores, já que, no país, o mercado de reciclagem é composto por 1,6 mil empresas que se dedicam somente à reciclagem de materiais plásticos.

“Penso que esses dez dias de COP estão sendo os dias mais importantes para a saúde do planeta. E não tinha momento melhor para lançarmos a nova fase do Recircula Brasil. É a nossa prova de mostrar para o mundo que a indústria pode, sim, fazer todo o processo de circularidade”, afirmou a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida.

Segundo dados do anuário da Abal, em 2023, das 1.484 mil toneladas de produtos de alumínio consumido no Brasil, cerca de 57,3% vieram da reciclagem, o equivalente a 850 mil toneladas.

A presidente da Abal, Janaína Donas, destaca a importância da plataforma. Segundo ela, apesar do alto índice de reciclagem de latas de alumínio no Brasil – acima de 95% –, o processo de rastreabilidade esbarra na informalidade das empresas.

“A ABDI está nos ajudando a dar um passo para alavancar e catalisar o nosso processo de reciclagem no Brasil para que possamos nos tornar, de fato, uma potência recicladora. A gente precisa endereçar a questão da informalidade e a rastreabilidade ajuda não só a trazer a transparência ao processo, a parte de compliance, e a combater o greenwashing. Também será um instrumento de certificação dos produtos de acordo com o seu grau de reciclabilidade e também de conteúdo reciclado”, disse.

Para o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, a plataforma será um instrumento importante para medir a circularidade das empresas que pretendem receber o Selo Verde, uma certificação para produtos, serviços e empresas que produzem de forma sustentável no Brasil.

“Não há forma mais rápida e mais eficiente de descarbonizar setores industriais do que a circularidade, a reutilização de produtos. Isso é muito importante para o alumínio, para o aço, para a indústria plástica, para todo o setor industrial. Você substitui matérias-primas virgens por matérias-primas que já foram utilizadas e, com isso, reduzindo as emissões de carbono”.

Sobre a plataforma

A plataforma funciona com o uso de notas fiscais eletrônicas que registram o percurso dos resíduos desde a compra do material até a venda dos produtos finais, monitorando, assim, todo o percurso dos resíduos reciclados. Com essas informações, o sistema atesta a origem dos materiais e confirma que o produto contém plástico reciclado, garantindo transparência e confiabilidade.

“Essa plataforma da ABDI vai ao encontro da nova política de neoindustrialização brasileira. Não falamos apenas de rastreabilidade, mas ser um auxílio para mudar as condições sociais, econômicas de toda a cadeia industrial do país”, disse o CEO da Central de Custódia, parceira da iniciativa, Fernando Bernandes.

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