A Inteligência Artificial é uma realidade que já tem feito parte da nossa vida, muitas vezes até mesmo sem sabermos. Aplicativos, redes sociais, empresas e muitos outros já estão utilizando IA para facilitar e agilizar processos e atividades que antes precisavam ser feitas manualmente, isso sem falar nas pessoas que, após o sucesso do chatGPT, também passaram a recorrer a Inteligência Artificial para realização de tarefas do dia a dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
Hoje é praticamente impossível não a utilizar e, se não fazemos diretamente, fazemos indiretamente. Uma prova disso é que 67% dos respondentes da pesquisa IPSOS AI MONITOR 2024 dizem ter um bom entendimento do que é Inteligência Artificial, mas somente 52% sabem quais produtos e serviços a utilizam. Além disso, 66% dos participantes acreditam que IA transformará sua vida cotidiana no período de 3 a 5 anos e 50% dizem que ela já foi mudada.
Mas o uso dessas ferramentas envolve diversas questões e riscos, fazendo com que muitos sejam resistentes ao seu uso. Ainda segundo a mesma pesquisa, que foi realizada em 32 países, 41% discordaram da afirmação “Confio que as empresas que usam IA protegerão meus dados pessoais” e 50% afirmaram que a inteligência artificial os deixa nervosos. Fatores como a falta de segurança de dados, os vieses dos algoritmos, a ausência de ética e o medo de serem substituídos por uma Inteligência Artificial no trabalho, fizeram com que grande parte da população temesse a IA, criando uma insegurança.
Mas será que atualmente a Inteligência Artificial ainda é um perigo?
É fato que a IA pode trazer alguns desafios, tanto que é mapeada como um risco significativo para os negócios e para a cibersegurança no geral. Por isso, para que ela traga bons resultados em vez de problemas, precisamos saber utilizá-la, tomando todas as precauções possíveis. Quando usada da forma correta, ela pode, inclusive, ser uma importante aliada no aprimoramento da própria gestão de riscos, monitorando questões regulatórias, identificando potenciais riscos e violações de forma preventiva e preditiva e, também, aumentando a velocidade e a eficiência dos trabalhos repetitivos.
Além disso, hoje em dia diversos países, incluindo o Brasil, já estão no caminho para a regulamentação da Inteligência Artificial, tanto que no nosso país já há o projeto de lei (PL) 2.338/2023, que está em tramitação e visa justamente regulamentar o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial em terras brasileiras. Outro bom exemplo é o primeiro Tratado Internacional sobre IA, que foi assinado no começo de setembro pelos Estados Unidos, Reino Unido e a União Europeia com o objetivo de assegurar que a Inteligência Artificial seja desenvolvida e usada seguindo os princípios de direitos humanos, democracia e o Estado de Direito.
Com a iminente regulamentação, o que já era uma inovação extremamente benéfica, só tende a ficar ainda melhor, fazendo com que, cada vez mais, possamos utilizá-la de forma mais tranquila e segura.
Claudinei Elias, especialista em Governança, Gestão de Riscos e Cibersegurança, CEO e Partner da Ambipar ESG.