segunda-feira, outubro 21, 2024

Setor corporativo enfrenta dificuldade na implantação de estratégia ESG

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Apesar da importância reputacional de se ter investimentos em projetos ligados aos ODS e ESG ser senso comum no meio corporativo, os setores empresarial e público ainda patinam, tanto na hora de realizar os projetos quanto na hora de capitalizar os resultados. Essa foi a conclusão unânime dos especialistas que participaram do lançamento do indicador Tríade, uma metodologia exclusiva da Oficina Consultoria, criada para medir a relação entre reputação e investimentos em projetos de ESG.

Na abertura do evento em Brasília, a conselheira do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e ex-Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez um alerta sobre o cenário atual da sustentabilidade no Brasil e no mundo, destacando que a comunicação eficaz e a governança são essenciais para que se alcancem os objetivos de desenvolvimento sustentável. “A sustentabilidade no Brasil tem enfrentado retrocessos. Precisamos de soluções integradas que conciliem questões ambientais, sociais e econômicas. As crises estão interconectadas e, portanto, as soluções deverão ser interconectadas”, destacou.

Na sequência, Luiz Tadeu Assad, diretor presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), reforçou a importância da inovação e da reputação como ativos estratégicos para a governança corporativa e a responsabilidade socioambiental. “Precisamos agir com urgência, mas sem perder a análise crítica. A reputação hoje é um ativo valioso”, afirmou Assad, destacando o papel das empresas na transformação social.

A sócia-fundadora da Oficina, Patrícia Marins, enfatizou o papel central da comunicação na sustentabilidade. Segundo ela, é fundamental que empresas e governos adotem uma abordagem transparente e genuína para engajar seus públicos. “A comunicação verdadeira é essencial para o sucesso da sustentabilidade e da gestão de reputação”, concluiu Patrícia.

Projeto-piloto

A análise da reputação do Ministério da Saúde foi o Projeto Piloto da Tríade. De acordo com os dados apresentados pela diretora-executiva da Oficina, Márcia Leite, a ferramenta mostrou-se eficaz ao identificar discrepâncias entre as ações governamentais e a percepção pública, permitindo ajustes estratégicos. “A gente conseguiu medir a percepção da agenda governamental para públicos estratégicos e identificar as mensagens-chave que precisavam ser calibradas”, disse a diretora.

Presente ao evento, o coordenador de comunicação do Ministério da Saúde, Rodrigo Bauer, avaliou que esses insights foram fundamentais para o reforço da reputação da pasta, principalmente após a crise da pandemia. “A avaliação contínua da percepção pública e interna permite ajustes nas estratégias e o enfrentamento de crises, como a pandemia e, mais recentemente, o episódio de transplantes de órgão contaminados”, disse.

A CEO da Oficina, Liliane Pinheiro, destacou que a posição de signatária do Pacto Global da agência impulsiona a empresa a auxiliar às instituições e marcas a fortalecer a cultura de sustentabilidade e responsabilidade social, conectando-as de forma estratégica aos desafios globais e às expectativas de seus stakeholders. “Essa é a nossa missão estratégica como agência de comunicação”, completou.

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