A rápida expansão do mercado de data centers, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), enfrenta desafios significativos devido à disponibilidade de energia e limitações na cadeia de suprimentos. O Data Center Cost Index (DCCI), relatório produzido pela consultoria global de projetos Turner & Townsend, analisou o custo médio atual por watt para construir data centers em 50 mercados globais e utilizou respostas de pesquisa de 250 líderes do setor para identificar tendências na indústria de data centers.
O relatório mostrou que 92% dos entrevistados veem a IA como a tecnologia que terá o impacto mais significativo nas operações de data centers nos próximos 3-5 anos. Todavia, a indústria encontra desafios para atender à demanda, conforme informado por 80% dos profissionais que relataram atrasos na fabricação ou entrega de equipamentos críticos.
Com a tecnologia sendo um fator primordial, atrelada à demanda, a dos entrevistados disseram que a disponibilidade de energia é o fator mais importante para a escolha de um data center, do que a localização de novos projetos.
Desafios na América Latina:
O mercado de data centers na região está passando por uma transformação significativa. Mercados primários como São Paulo (principalmente em torno de Campinas) e Cidade do México (principalmente em torno de Querétaro) continuam a atrair investimentos significativos, enquanto mercados menores como Bogotá estão sendo constantemente avaliados. Recentemente, Montevidéu tem visto crescimento, com o Google anunciando um investimento de US$ 850 milhões para construir um novo data center. Santiago permanece um hub crítico, com investimentos substanciais e infraestrutura bem estabelecida.
A disponibilidade de energia continua sendo uma questão crítica na região, particularmente devido à dependência de energia hidrelétrica e redes elétricas que requerem mais investimentos. Embora as instalações hidrelétricas forneçam uma parte substancial da energia verde da região, elas são vulneráveis à variabilidade climática, tornando a confiabilidade uma preocupação significativa para os data centers, onde qualquer tempo de inatividade pode levar a grandes interrupções.
Lloyd Wallace, diretor e líder do Setor de Data Centers na América Latina, na Turner & Townsend, comentou: “A revolução digital e o interesse em como a IA pode apoiar nossas vidas profissionais e pessoais estão em alta, ajudando o mercado de data centers a permanecer uma das áreas mais quentes da economia global. Os data centers são cada vez mais vistos pelos governos como infraestrutura nacional crítica, e há claramente uma enorme oportunidade para a América Latina, sobretudo países como Brasil, México e, recentemente, a Colômbia – mas os desafios crescentes, principalmente o fornecimento de energia e a escassez de mão de obra, precisam ser gerenciados.”
Nos últimos anos, a América Latina tem se posicionado como um potencial hub de tecnologia, aproveitando suas credenciais de energia verde para atrair investimentos e desenvolvimento para aplicações impulsionadas por IA. A abundância de energia hidrelétrica na região oferece uma fonte de energia sustentável, embora com menos redundâncias em comparação com redes de energia mais diversificadas. Isso torna o cenário energético da América Latina particularmente adequado para o desenvolvimento de IA, apesar dos desafios impostos aos servidores em nuvem pela variabilidade da energia hidrelétrica.
Anúncios recentes destacam essa tendência. Gigantes do setor de data center anunciaram planos para construir um enorme campus de data centers em locais estratégicos, como o Rio Grande do Sul. Da mesma forma, a Microsoft anunciou investimentos significativos em IA e infraestrutura de nuvem tanto no Brasil quanto no México, consolidando ainda mais o papel da região no cenário global de IA.
Top 10 mercados de Data Center em 2024
| País | 2024 ranking | 2023 ranking | Custo por watt (USD$/W) | Inflação |
| Tóquio | 1 | 1 | 14.3 | 4% |
| Singapura | 2 | 5 | 13.8 | 21% |
| Zurique | 3 | 2 | 13.3 | 2% |
| Vale do Silício | 4 | 3 | 12.8 | 5% |
| Nova Jersey | 5 | 4 | 12.4 | 4% |
| Auckland | =6 | 16 | 12.0 | 22% |
| Lagos | =6 (nova entrada) | n/a | 12.0 | n/a |
| Helsinque | =8 (nova entrada) | n/a | 11.5 | n/a |
| Oslo | =8 | 15 | 11.5 | 17% |
| Copenhague | =10 | 18 | 11.2 | 17% |
| Londres | =10 | 10 | 11.2 | 10% |
| Estocolmo | =10 | 20 | 11.2 | 18% |
Para acessar o relatório completo, visite: link
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