Desde o lançamento em 2020, o Social Good Startup Program desenvolvido pela Blackbaud apoiou 69 startups na criação e implementação de tecnologias que maximizam o impacto social no mundo. E a Ribon, que oferece uma solução para doações corporativas, foi a primeira brasileira selecionada para participar do projeto. Após o incentivo, a empresa tem a expectativa de, no período de um ano, mobilizar aproximadamente R$ 7,5 milhões e impactar a vida de três milhões de pessoas.
A startup, que já foi considerada uma das 10 tecnologias de doação mais inovadoras do mundo pela Bill & Melinda Gates Foundation, inovou e transformou seu app de doações em um benefício corporativo. O modelo funciona da seguinte forma: a empresa coloca o seu orçamento de doação e define os projetos que quer apoiar. O recurso então é transformado em tickets doação, que são distribuídos gradualmente para que os funcionários doem para os projetos selecionados durante o ano inteiro, numa interface otimizada para gerar maior percepção do impacto causado em cada doação.
O Social Good Startup Program tem seis meses de duração e, ao longo desse período, a Blackbaud fornece à Ribon benefícios como mentoria e acesso a ferramentas de software de ponta “Esses recursos permitirão que a Ribon aperfeiçoe sua tecnologia rapidamente e adapte às melhores práticas de mercados mais avançados ao cenário brasileiro. Com isso, queremos estabelecer um novo patamar de engajamento e impacto para doações realizadas por empresas, transformando a cultura de doação corporativa no Brasil”, afirma Rafael Rodeiro, cofundador e CEO da Ribon.
O novo passo pode impactar significativamente o mercado brasileiro. “Acreditamos que teremos pelo menos 15 novas empresas parceiras, impulsionando a Cidadania Corporativa e Responsabilidade Social Corporativa (RSC) das organizações. Além disso, existe uma projeção do envolvimento de 300 mil pessoas em doações, beneficiando 60 diferentes projetos de alto impacto”, afirma.
Segundo dados do relatório Giving USA, divulgado em junho de 2024, os Estados Unidos arrecadaram US$ 557.16 bilhões em 2023, e desses, US$ 36,55 apenas com contribuições corporativas. Já no Brasil, um levantamento da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) mostrou que o total doado no ano passado foi de R$ 474,9 milhões, considerando todos os tipos de origem. Ainda que todo esse montante fosse cedido por empresas – o que não é o caso – o valor seria quase 400 vezes menor em comparação aos EUA.
Ainda de acordo com Rodeiro, alguns fatores explicam por que os americanos doam desproporcionalmente mais. No Brasil, as ações são muito mais em caráter emergencial do que uma cultura, como recentemente no enfrentamento às enchentes no Rio Grande do Sul (RS). Outras razões para o mercado americano doar mais incluem incentivos fiscais, demandas de investidores e principalmente, tecnologia.