O Instituto Crescer – organização que atua como um laboratório de criação e implementação de projetos para promover a transformação social – divulgou o relatório do 1º semestre de 2024, que presta contas sobre os projetos e ações afirmativas colocados em prática para beneficiar grupos minorizados, povos tradicionais, comunidades periféricas e rurais, e apoiá-las para que elas tenham voz nos espaços democráticos de participação social.
Ao todo, foram 199.025 pessoas impactadas direta ou indiretamente pelos projetos do Instituto Crescer, que alcançaram 647 instituições, estando presentes em 2.569 municípios do Brasil em 27 Estados da federação. De janeiro a junho de 2024, foram 24.369 participações em ações pontuais, sendo mais da metade delas relacionada à disponibilização do acesso a materiais pedagógicos físicos ou digitais.
Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer, comenta que as metas para o período, previstas no planejamento estratégico da entidade, foram superadas. “No que diz respeito ao alcance de beneficiários, atingimos 119% do que esperávamos para o semestre e 70% do projetado para o ano”, diz. Entre os beneficiários, estão educadores, estudantes, pessoas alcançadas por trilha de aprendizagem em qualificação profissional e pessoas alcançadas por ações comunitárias.
A executiva reflete, ainda, sobre o impacto dos projetos sociais executados nos primeiros seis meses. “Já estamos presentes em 46% do total de municípios do país e queremos avançar mais, principalmente no que diz respeito aos projetos de impacto social positivo à educação das crianças e jovens. Isso se faz ainda mais necessário considerando que, das mais de 800 mil organizações sociais do país, apenas 3,6% atuam no segmento de educação”, acrescenta.
Segundo a especialista, cada iniciativa é moldada de acordo com a visão da entidade de potencializar oportunidades e transformar vidas. “Os resultados alcançados são exemplos tangíveis desse compromisso. Percebemos que estamos no caminho certo quando observamos que cada beneficiário está deixando de ser um integrante do todo e tornando-se o protagonista de sua própria narrativa, inspirando-nos a continuar nosso propósito”, acrescenta.
Quatro objetivos a longo prazo, firmados em planejamento estratégico do Instituto Crescer, norteiam esse propósito: alavancar os indicadores educacionais do Brasil; diminuir a vulnerabilidade econômica dos jovens; conscientizar a iniciativa privada por maior responsabilidade social e ambiental e posicionar grupos minoritários, povos tradicionais, comunidades periféricas e rurais ativas nos espaços democráticos de participação social.
Novas tecnologias para aprendizagem
Os programas e projetos do Instituto Crescer buscam trazer resultados tangíveis na Educação e no fortalecimento de pessoas e comunidades, tendo as novas tecnologias para aprendizagem como um dos seus principais pilares. A entidade é parceira técnica do projeto Aluno Sempre Conectado (Ascon), que facilita o acesso às novas tecnologias sem fio. O Ascon é uma iniciativa da Qualcomm com o apoio da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, da Acer, Claro, Embratel, Beenoculus e Calriz. Desde maio de 2023, o projeto tem possibilitado a centenas de estudantes o acesso a computadores equipados com 4G para uso dentro e fora da sala de aula.
O 1º semestre de 2024 registrou o início da segunda fase do projeto, colocada em prática a partir da criação de laboratórios móveis com óculos de realidade virtual (VR) do modelo Beenoculus com conteúdo educacional e treinamento, em cada uma das quatro escolas da capital goiana que estão participando. Outra novidade foi a entrega de mais 200 laptops Always On, equipados com recursos de conectividade LTE móvel da Embratel.
Solange Lucena, diretora da Escola Municipal João Braz, participante do ASCON, acredita que, quando a criança vivencia por meio da tecnologia o que está sendo ensinado, a capacidade de armazenar o conhecimento é maior. “Durante o uso do chromebook ou do óculos de VR percebo que a concentração e o engajamento dos alunos são plenos: é uma viagem imersiva no conteúdo, na qual eles têm a possibilidade de enxergar de perto – e de forma gamificada – como funciona a estrutura de um organismo vegetal ou de um órgão do corpo humano, por exemplo”, diz.
Isabelly Lima, do 9º ano da Escola Municipal Professora Silene de Andrade, é uma das estudantes participantes. “Até agora, a minha experiência preferida utilizando os óculos de realidade virtual foi a viagem que fizemos ao coração humano. Foi incrível observar os batimentos cardíacos ao vivo e com tantos detalhes, parecia que era um coração real”, disse.