segunda-feira, setembro 16, 2024

Banco Mundial avalia estabilidade financeira e fundos pelo clima nas economias emergentes

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O Banco Mundial disponibilizou a edição inaugural do relatório “Finanças e Prosperidade”, focado nas economias de mercado emergentes e em desenvolvimento, Emeds.

O documento apresenta uma análise de dados recentes que destaca as disparidades nos níveis de resiliência e estabilidade no sector financeiro das Emeds, bem como as tendências críticas no financiamento climático.

Riscos seguem as dinâmicas de rendimento nacional

O relatório analisou 50 países, cujos ativos representam 93% do capital bancário total das Emeds. Segundo as conclusões, o surgimento de riscos do sector financeiro, geralmente, segue as estatísticas de rendimento nacional, sendo os países de renda baixa mais suscetíveis a desafios que os países de alto rendimento.

De acordo com as projeções, 35 das Emeds, entre elas Brasil e Guiné-Equatorial, enfrentarão riscos baixos e moderados, durante os próximos 12 meses.

Já nos países de rendimento baixo, que incluem Moçambique e Guiné-Bissau, a tendência para o aumento de riscos agrava-se devido à combinação de fatores internos com as circunstâncias globais relacionadas com políticas monetárias, dinâmicas de crescimento económico, e conflitos geopolíticos.

Dívida soberana no ápice

No entanto, é a exposição excessiva e crescente à dívida soberana que o relatório destaca como o caso de agravamento prevalente. Comum entre várias Emeds, a exposição à dívida soberana triplicou-se na última década, em relação a economias avançadas.

O fenómeno é particularmente notável nos países com políticas macroeconômicas instáveis. Segundo o relatório, cerca de 70% dos Estados endividados não estão preparados para fazer face a tensões financeiras.

Nessas Emeds, uma perda de apenas 5% nos títulos da dívida pública colocaria um quinto dos bancos debaixo dos requisitos de capitalização.

Financiamento climático

No que diz respeito ao financiamento climático, o relatório salienta que apenas 16% dos investimentos nas Emeds, excluindo a China, estão direcionados à adaptação a mudanças ambientais.

Além disso, grande parte dessa percentagem provém de orçamentos públicos ou dos recursos oficiais. Os empréstimos de bancos locais para os investimentos em projetos climáticos são muito limitados. Em dois terços dos bancos das Emeds, o financiamento climático constitui apenas 5% da carteira de empréstimos.

Os autores do estudo apresentam vias e estratégias para o aumento do fundo climático através do sector bancário, sem prejuízo para os objetivos de estabilidade e inclusão no sector financeiro de populações carentes.

Mas, além do aumento de empréstimos bancários, o fecho da lacuna no financiamento de causas climáticas nos países em desenvolvimento requer o crescimento dos mercados de capital e de seguro para proporcionar os fundos essenciais a longo prazo, conforme apontou Pablo Saavedra, o vice-presidente para a Prosperidade do Banco Mundial.

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