Nesta quarta-feira,4, teve início o Construsummit, evento que tem como objetivo ser uma jornada de aprendizado e networking com os principais nomes da Indústria da Construção e parceiros relevantes para o desenvolvimento do setor, como entidades de classe, grandes empresas e bancos.
Um dos temas abordados durante o dia foi “ESG na prática: Gerenciando riscos socioambientais na cadeia de suprimentos”, Angel Ibanez, Diretor de Suprimentos e ESG da Tegra Incorporadora, abordou a responsabilidade das empresas de construção em relação à agenda ESG, destacando os três pilares fundamentais: ambiental, social e governança. Ele enfatizou que a indústria da construção, por envolver grandes quantias de dinheiro e múltiplas partes interessadas, como clientes, fornecedores, funcionários, órgãos públicos e financiadores, deve adotar sistemas de governança transparentes e sólidos. Isso é essencial para garantir a integridade e a eficiência dos projetos.
Angel mencionou dados importantes, como que a construção civil é responsável por aproximadamente 30% das emissões globais, considerando tanto a fase de construção quanto a de operação dos edifícios. Para enfrentar esse desafio, a Tegra estabeleceu metas até 2030, incluindo a redução de emissões, a diminuição de resíduos e o fortalecimento da governança. Essas metas são implementadas através de ações específicas nos canteiros de obras e envolvem toda a cadeia de fornecedores. Além disso, o executivo destacou o impacto ambiental dos edifícios durante sua operação, que representa dois terços do impacto total. Para mitigar isso, a empresa busca entregar produtos eficientes em termos de consumo de energia, água e gestão de resíduos, utilizando certificações como a AQUA, que garante a alta qualidade ambiental dos projetos.
De acordo com ele, as iniciativas de sustentabilidade não são apenas um diferencial de mercado, mas podem gerar retornos financeiros concretos. A empresa mencionou que tem conseguido acessar linhas de financiamento com condições mais favoráveis devido à certificação de seus projetos como “verdes”, o que, em alguns casos, resulta em taxas de financiamento mais baixas para os clientes.
Por fim, no aspecto social, a empresa desenvolveu uma matriz de materialidade para identificar e mitigar os impactos externos de suas operações, como o impacto na vizinhança durante a construção. Isso resultou na criação de uma “régua de vizinhança”, um manual que orienta a empresa a manter um diálogo proativo com os moradores das áreas próximas às obras, informando-os sobre o andamento e possíveis inconvenientes das construções.