quinta-feira, dezembro 5, 2024

Lideranças são estratégicas para consolidar a implementação de políticas de ESG nas empresas

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A adoção de práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança, em tradução livre) se tornou uma das principais prioridades no mundo corporativo. Independente de a motivação ser causar um impacto social positivo ou fortalecer a imagem reputacional perante o mercado, 71% das empresas brasileiras adotam ou já iniciaram alguma ação de sustentabilidade. Os dados são da pesquisa ‘Panorama ESG 2024’ divulgada recentemente pela Câmara Americana do Comércio para o Brasil (Amcham).

Mesmo com um cenário em evolução, os desafios para o sucesso e a integração dessas iniciativas dentro das organizações ainda são imensos. Além dos obstáculos em relação a recursos, existe um ponto fundamental que, por vezes, tende a ser negligenciado: a conexão com a cultura.  Isso significa que o tema precisa estar atrelado à gestão e, nesse sentido, o envolvimento ativo da alta liderança é fundamental.

Ainda de acordo com o relatório da Amcham, 77% dos entrevistados apontaram o papel dos CEOs como essenciais para a promoção da agenda ESG nas empresas, reforçando a responsabilidade dos gestores para o desenvolvimento e continuidade das ações internamente.

Um levantamento da consultoria alemã Roland Berger também aprofunda um pouco mais essa perspectiva. O estudo destaca que para 84% da alta liderança no Brasil, a sustentabilidade é central para o negócio, mas que há uma queda para 42% quando a mesma pergunta é feita para os demais funcionários.

A diferença de percepção trazida pela pesquisa é causada pela falta de aplicação da sustentabilidade na rotina da empresa, questões de comunicação interna e falta de sinergia entre metas e incentivos. Para 21% dos entrevistados, é necessário tratar o tema como prioridade dentro da cultura da empresa.

Integrando a agenda ESG

Sem ver valor no que é proposto, dificilmente é possível contar com a adesão e engajamento do time. Assim, para que as práticas de ESG sejam efetivamente incorporadas, é essencial integrá-las à cultura organizacional – e não existe falar em cultura sem considerar absolutamente todos os níveis hierárquicos.

Quando se fala em iniciativas voltadas para a diversidade e inclusão, por exemplo, é preciso ter em mente quais ações serão desenvolvidas para garantir que o tema não seja só discurso. Nesse sentido, consideram-se os processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, além de políticas internas de promoção e retenção de talentos.

Essa integração exige transparência e comunicação aberta para que os valores sejam assimilados e compartilhados por colaboradores, clientes e investidores. Dessa forma, é importante informar sobre as iniciativas realizadas com a publicação de relatórios, detalhando metas atingidas e áreas a melhorar. Além disso, recomenda-se manter canais de comunicação abertos, permitindo feedback e sugestões dos colaboradores.

No fim, é preciso refletir sobre o que representa essa agenda: que valores e princípios a organização está disposta a abraçar? Afinal, quando a pauta faz parte do DNA da empresa, cada decisão e ação deve refletir esse compromisso, que é responsabilidade de todos que formam aquela equipe.

Ary Gatto. CEO na Runtalent.

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