quinta-feira, dezembro 26, 2024

Práticas inclusivas precisam gerar impactos reais e positivos na sociedade

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No cenário corporativo atual, o conceito de ESG tem ganhado relevância, especialmente em empresas multinacionais que buscam alinhar seus negócios às diretrizes globais de sustentabilidade e responsabilidade social. Ana Bavon, CEO e Head de Estratégia da B4People Cultura Inclusiva, especialista em consultoria estratégica para inclusão e direitos humanos.

Para ela, as organizações estão sendo desafiadas a implementar práticas inclusivas que não apenas cumpram exigências regulatórias, mas que gerem impactos reais e positivos na sociedade.

Ressaltou que, no Brasil, as empresas ainda enfrentam desafios na implementação eficaz dessas práticas, especialmente em termos de diversidade e inclusão, aspectos que estão diretamente ligados à responsabilidade social prevista na Constituição Federal.

“As empresas têm uma função social e precisam refletir a pluralidade da sociedade”, afirmou Ana. Ela destacou que grupos sub-representados, como mulheres, negros, pessoas com deficiência e a comunidade LGBT+, frequentemente enfrentam desigualdades exacerbadas por marcadores sociais da diferença. “Quanto mais marcadores sociais uma pessoa carrega, mais vulnerável ela pode ser à desigualdade social”, acrescentou.

Diversidade e Inclusão

A consultoria de Ana Bavon atua fornecendo ferramentas para empresas que desejam mitigar os efeitos da desigualdade e promover uma cultura organizacional inclusiva. Ela explicou que o trabalho começa com um diagnóstico abrangente da organização, seguido pela criação de estratégias personalizadas para impactar positivamente todas as áreas da empresa.

“A gente opera uma cultura data-driven, guiada pela diversidade humana”, diz.  Utilizando dados concretos e ferramentas objetivas, a consultoria desenvolve programas que visam desde a inclusão de mulheres em cargos de liderança até o impacto social positivo em comunidades ao redor das operações empresariais.

A executiva enfatizou a necessidade de tratar a agenda ESG como uma prioridade estratégica ao nível executivo. “Essa agenda não pode ser tratada apenas por analistas ou gerentes; ela precisa ser uma prioridade do CEO ou da presidência”, destacou. A falta de uma abordagem integrada pode resultar em riscos reputacionais e jurídicos significativos para a empresa, especialmente no contexto de organizações de capital aberto ou aquelas que dependem de sua marca no mercado.

Um ponto crucial abordado por ela foi a discrepância na ascensão profissional entre mulheres brancas e negras nas organizações. Apesar do compromisso de muitas empresas com a equidade de gênero, as barreiras enfrentadas por mulheres negras ainda são significativas e requerem uma abordagem interseccional.

“A interseccionalidade é fundamental para garantir que todas as mulheres tenham as mesmas oportunidades de ascensão”, explicou. Sem isso, as empresas correm o risco de abandonar muitas mulheres, especialmente em metas de paridade previstas para 2030 pela ONU.

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