Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 4 milhões de unidades consumidoras abastecidas pela geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos. De acordo com o mapeamento, as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, que correspondem a 70% do total de unidades consumidoras atendidas pela modalidade.
Pelo balanço da entidade, os estabelecimentos comercial e de serviços representam a segunda maior classe de consumo abastecida pela geração própria solar, com mais de 674,4 mil locais (16,8%), seguidos pelas propriedades rurais, com 410,4 mil (10,2%), indústrias, com 97,4 mil (2,4%), e prédios do poder público, com 12,1 mil (0,5%). Os demais tipos de consumidores, como serviços públicos e iluminação pública, somam cerca de 1,7 mil (0,1%).
Atualmente, as 4 milhões de unidades consumidoras representam apenas 4,5% do total de ligações de eletricidade no País, hoje com 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este cenário, na avaliação da ABSOLAR, traz um enorme potencial de crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica.
“Certamente, as 4 milhões de contas de luz atendidas pela energia solar distribuída devem ser comemoradas, já que o setor solar segue uma boa curva de crescimento no País, impulsionado sobretudo pela queda de mais de 50% no preço dos equipamentos somente em 2023. Mas ainda estamos aquém de muitos países, com atendimento a apenas 4,5% das contas de luz no Brasil, enquanto, na Austrália, por exemplo, esse suprimento chega a mais de 30% das unidades naquela nação”, avalia Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.
Já Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, aponta que o crescimento da geração própria solar amplia o protagonismo do Brasil na geopolítica da transição energética global. “A tecnologia fotovoltaica também fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e eleva a competitividade dos setores produtivos brasileiros”, esclarece.
“A geração solar próxima dos locais de consumo reduz o uso da infraestrutura de transmissão, alivia a pressão sobre os recursos hídricos, diminui perdas elétricas em longas distâncias e contribui para uma maior autonomia e poder de escolha dos consumidores. Adicionalmente, reduz as emissões de poluentes e gases de efeito estufa, contribuindo para a proteção do meio ambiente”, conclui Sauaia.
Mais indicadores
Os investimentos acumulados na geração própria solar acabam de superar os R$ 150,3 bilhões no País, com a marca de 31 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, segundo a ABSOLAR.
O segmento é responsável pela criação de mais de 931 mil empregos verdes acumulados desde 2012, bem como contribuiu para uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 44,7 bilhões. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.550 municípios e em todos os estados brasileiros.